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Faccionados estão cobrando "passagem" para transportar pessoas isoladas pela cheia do Rio Acre

Faccionados estão cobrando "passagem" para transportar pessoas isoladas pela cheia do Rio Acre

Na manhã desta segunda-feira, 3, a medição do nível das águas do Rio Acre apontou uma redução de 2cm em seu leito.

Com mais de 20 mil pessoas atingidas, além do transtorno de ter as residências invadidas pelas águas barrentas do principal manancial de Rio Branco, moradores dos bairros, principalmente na região do Segundo Distrito da capital tem que conviver com um outro problema. A extorsão por parte de pessoas ligadas às facções criminosas que tomaram de conta do Estado.

A reportagem do NH esteve em alguns desses bairros e conversou com alguns moradores, que falaram sob a garantia do anonimato, e revelaram que, se quiser sair da localidade por barco, tem que pagar "passagem" aos faccionados.

Segundo os entrevistados, de cada pessoa é cobrado a quantia de R$ 2,00 e se quiser tirar móveis, eletrodomésticos e utensílios tem que pagar por cada item, que tem um preço específico.

"Na sexta-feira, 31, saímos de casa, eu e meu esposo para buscarmos minha sogra que mora no Belo Jardim e que estava com a água chegando na sua casa. Tivemos que pagar R$ 2,00 por pessoa para cada viagem. Se não pagar não atravessa e ainda é ameaçado. Eu mesma vi quando um rapaz recusou pagar e foi ameaçado de agressão", revelou uma servidora pública ao NH.

Um diarista que mora no bairro Taquari afirmou que teve que pagar R$ 50,00 para retirar televisão, geladeira, fogão e cama de sua casa.

"Um absurdo. Estamos abandonados Poder Público, a mercê dos bandidos. No sábado, 1°, consegui que um amigo, que tem um barco, viesse para nós retirarmos algumas coisas lá de casa. Mesmo lá sendo alto e faltando mais de meio metro para a água chegar no assoalho eu estava com medo de furto, então retiramos geladeira, televisão, cama, fogão e umas outras pequenas coisas. Quando estávamos arrumando tudo para colocar o barco, chegou três homens em uma canoa e disse que teríamos que pagar para fazer o transporte das minhas coisas, meu amigo ainda questionou, mas um dos homens mostrou uma arma para ele e tivemos que pagar R$ 50,00 para sairmos com as coisas", revelou o morador que trabalha como diarista fazendo pequenos serviços na cidade.

Apesar dos esforços das forças de segurança, são inúmeros os casos de extorsão à moradores por parte dos membros de facções.