O não planejamento durante a construção dos dois calçadões de comércio popular na região central de Rio Branco para o trânsito de caminhões do Corpo de Bombeiros, aliado a ausência de hidrantes, dificultam as ações de combate a incêndio na região, como o ocorrido na noite da última quinta, 7.
Os veículos com a água usada para debelar as chamas tiveram grande dificuldade para se aproximar dos locais onde estava concentrado o fogo. No ponto em que, em tese, haveria maior facilidade para a entrada dos caminhões - ao fim da rua Quintino Bocaiuva - há uma estrutura em tenda que atrapalha o tráfego.
A aproximação dos carros de combate até as lojas onde começaram o incêndio não pode ser feita, já que bem no centro do calçadão ficam os boxes de madeira dos camelôs. Na outra margem da calçada, por exemplo, até mesmo o grande fluxo de pedestre fica comprometido.
Com estes obstáculos no caminho, os bombeiros tiveram que esticar toda a extensão das mangueiras para chegar ao foco do fogo, o que acabou por retardar por alguns minutos o início das operações.
A falta de acesso por parte dos veículos poderia ser compensada com a presença de hidrantes ao longo do calçadão, o que também não existe. Se durante a ação a água de um dos caminhões tivesse acabado, os militares poderiam recorrer ao equipamento extra.
Como o Corpo de Bombeiros estava com quase todo o seu efetivo no local, por sorte os hidrantes não fizeram falta. O único na região comercial e distante 500 metros - no cruzamento da Marechal Deodoro com a Benjamin Constant - não funciona.
Todo este cenário desfavorável ocorre na principal região de comércio popular da capital acreana, que concentra um grande número de lojas com suas respectivas ligações elétricas - e seus respectivos riscos.