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Jornalista denuncia dificuldades enfrentadas pela filha com paralisia cerebral devido ao abandono do poder público

Jornalista denuncia dificuldades enfrentadas pela filha com paralisia cerebral devido ao abandono do poder público

A jornalista e servidora pública Dryelem Alves usou as redes sociais para expor os desafios diários que enfrenta junto com sua filha, Laís Loren, de quatro anos, diagnosticada com paralisia cerebral. Entre os principais problemas, estão a falta de infraestrutura na rua onde moram, o difícil acesso às terapias essenciais para a criança e a ausência de suporte adequado por parte do poder público.

Segundo a mãe, Loren, que depende de cadeira de rodas, ama ir à escola e faz tratamentos terapêuticos no contraturno. No entanto, a família enfrenta grandes barreiras para sua locomoção, especialmente em períodos de chuva, quando a rua fica intransitável.

“Já fui à prefeitura, procurei o Ministério Público e vereadores. Alguns fizeram indicações, mas nada foi feito. No inverno, dizem que não podem mexer na rua por conta da chuva. No verão, falam que a via está judicializada. E assim seguimos", desabafou Dryelem.

A dificuldade de acesso já gerou até ameaças de perda da vaga de Loren nas terapias do SUS no Centro Especializado em Reabilitação (CER). Segundo Dryelem, a justificativa das faltas devido às condições da rua não tem sido suficiente para garantir a manutenção do tratamento.

“Se a rua tivesse condições para que o microônibus do Dom Bosco ou um motorista de aplicativo chegasse até nossa porta, eu não teria motivo para deixar de levá-la às terapias. Mas, infelizmente, nos períodos de chuva, isso se torna impossível."

Além da precariedade da rua, Dryelem denuncia que a localidade não conta com saneamento básico, coleta de lixo, rede de esgoto ou fornecimento regular de água. A família depende da boa vontade de uma vizinha, que compartilha água com eles.
Outro problema enfrentado é a falta de atendimento médico especializado pelo SUS. Loren foi encaminhada por médicos de Brasília para um pneumopediatra, devido ao histórico de oito pneumonias em um ano, mas a especialidade não é oferecida na rede pública local.

Além disso, a família teve pedido negado para Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que permitiria buscar atendimento em outro Estado.
A jornalista também conta que a filha precisa de fraldas especiais, mas o tamanho necessário não está disponível pelo sistema de Saúde. Até mesmo a cadeira de rodas utilizada por Loren foi conquistada por meio de doações.

"A maternidade atípica tem um preço alto de julgamentos e abandono, seja do poder público, de estranhos ou da própria família. É viver 'dando murro em ponta de faca' para garantir direitos que já são previstos em lei", desabafa Dryelem.