O pequeno Heitor, de um 1 ano e quatro meses, pode ter sido a 13ª vítima fatal da síndrome respiratória aguda. Ele morreu neste domingo (26) no Pronto-socorro de Rio Branco.
Na sexta-feira (24) quando Heitor apresentou piora em seu quadro de saúde com sinais de cansaço, a mãe da criança, Bianca Aguiar, a levou à UPA do Segundo Distrito. Lá, um médico deu xarope a Heitor e minimizou a gravidade do problema afirmando que a situação estava sob controle. Dois dias depois, já em estado grave e respirando com enorme dificuldade a criança foi levada ao Pronto-socorro e morreu.
Bastante abalada pela morte do filho, Bianca não conseguiu falar com a reportagem do Notícias da Hora. Dona Maria Lopes, mais conhecida como Pastora Dady, que acompanhou o drama da mãe durante esses dias conta que no PS sequer havia assistente social para amparar Bianca.
“Ele [Heitor] chegou na UPA muito cansado e o médico dizia que não era nada. No PS não tinha assistente social. Depois que apareceu com muito tempo”, diz.
Pastora Dady lamenta, também, o tratamento de algumas profissionais de saúde no Pronto-socorro. “As enfermeiras mal educadas e mal humoradas. Curso para tratar o ser humano, o próximo.”
A diretora do Pronto-socorro, Dora Vitorino, confirmou que a criança chegou à unidade em situação gravíssima, porém não soube informar detalhes do atendimento nem se ela foi vítima de SRAG.
“Ela já chegou gravíssima. Eu não conversei com o doutor Gibson ainda... Foi o Gibson (pediatra) que atendeu.”
A reportagem ligou na noite deste domingo para o médico indicado pela diretora, o doutor Gibson, para saber detalhes sobre o atendimento à criança e a causa da morte, mas ele não atendeu.
O que diz a Sesacre
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que Heitor deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Franco Silva, do bairro Sobral, no final da manhã deste domingo, 26, “com 39,6 de temperatura, com sinais de perda de consciência, esforço respiratório associado a desidratação grave e hipoglicemia”.
Ainda segundo, Sesacre, “na unidade ele foi imediatamente medicado e dada a gravidade de seu estado de saúde, foi acionado uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para ser transferido ao Pronto-Socorro de Rio Branco. Durante o transporte, a criança sofreu parada cardio respiratória e morreu nas dependências do hospital após 35 minutos de tentativas para reanimação. Como forma de assistência, uma equipe de assistentes sociais do estado, entrou em contato com os profissionais do município, que por sua vez, tomaram as providências necessárias para ajudar a família oferecendo auxílio funerário. A Secretaria também coloca à disposição dos genitores o serviço de acompanhamento psicológico das unidades”.