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“Minha filha não teve atendimento especializado. É um absurdo sem tamanho”, desabafa mãe de criança com paralisia cerebral após resposta da Sesacre ao MPAC

“Minha filha não teve atendimento especializado. É um absurdo sem tamanho”, desabafa mãe de criança com paralisia cerebral após resposta da Sesacre ao MPAC

A jornalista e servidora pública Dryelem Alves usou novamente suas redes sociais para denunciar o descaso do poder público com o tratamento de sua filha, Laís Loren, de apenas quatro anos, diagnosticada com paralisia cerebral. A principal queixa é a ausência de atendimento com um oftalmologista pediátrico na rede pública de saúde do Acre; consulta que ela tenta agendar há quase dois anos.

“Assim como eu havia alertado, o que estavam tentando fazer aconteceu. O Estado respondeu ao Ministério Público dizendo que a Loren foi atendida por um especialista. Mas isso não é verdade. Ela não passou por um oftalmo pediatra. No próprio encaminhamento está escrito: ‘encaminho para posterior encaminhamento ao oftalmo pediátrico’. E agora eu preciso voltar à Fundação para colocá-la novamente na fila de espera”, desabafou.

Dryelem afirma que, mesmo após idas anteriores à Fundação Hospitalar, não encontrou oftalmologista pediátrico disponível. Para ela, o caso escancara a falta de compromisso da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) com a vida de crianças com deficiência.

“A Sesacre, infelizmente, não tem como objetivo preservar a vida dos pacientes. O que está acontecendo com a Loren é um absurdo sem tamanho. Desde a gestação dela, tudo foi negado. Na maternidade, não tivemos atendimento humanizado. Isso resultou na hemorragia cerebral que levou ao diagnóstico de paralisia cerebral.”

A mãe relata que, desde o nascimento da filha, é ela quem busca alternativas para garantir o tratamento necessário, muitas vezes fora do Acre. Segundo ela, nem mesmo a ida a Brasília para atendimento especializado foi indicada por profissionais locais.

“Nenhum médico do Acre me orientou sobre a possibilidade de tratamento em Brasília. Foi uma outra mãe que compartilhou a experiência dela comigo. Eu fiz a inscrição, conseguimos as teleconsultas e, desde então, viajamos a cada seis meses para acompanhamento. Aqui, continuo enfrentando uma barreira atrás da outra.”

Outro ponto destacado por Dryelem é a demora na entrega de uma cadeira de rodas adaptada, essencial para a mobilidade da filha. Ela afirma que o pedido foi feito há mais de um ano e que chegou a conversar diretamente com o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, sem retorno.

“Falei com o secretário sobre a cadeira. Ele disse que ia verificar, mas depois disso não tive mais nenhuma resposta. E o que me resta? Me expor nas redes sociais, dar minha cara a tapa, para que as pessoas saibam o que está acontecendo.”

A jornalista já levou o caso à Sesacre, ao MPAC e à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), mas afirma que continua sendo ignorada. “Só vejo um ciclo de ‘enxuga-gelo’. Não somos ouvidos, não temos resposta. E ainda tentam enganar o Ministério Público dizendo que houve atendimento especializado, quando não houve. Isso está documentado.”

No fim do desabafo, ela faz um apelo direto ao governador Gladson Cameli e ao secretário Pedro Pascoal. “Até quando vamos viver à mercê de um sistema que nos anula? Até quando nós, famílias atípicas, vamos ser humilhadas por simplesmente buscar o que é de direito dos nossos filhos? Senhor governador, tenha um olhar humanizado para nós. Secretário, veja a situação da cadeira de rodas. Ministério Público e Defensoria Pública, deem voz a nós também.”