O motorista João Júlio Lima da Silva falou a respeito da situação envolvendo os motoristas de ônibus da Ricco Transportes, que resolveram cruzar os braços nesta segunda-feira (13/1) após a empresa atrasar compromissos, como salários e vale-alimentação.
“Sou motorista, moro de aluguel. Tive que sair porque não tenho como pagar. As minhas coisas vou ter que retirar. Estão na varanda de um colega meu, porque eu não tenho aonde guardar, porque eu não tenho aonde morar. Estamos aqui reivindicando só o que é nosso. Nós não queremos mais nada do que trabalhamos, para conseguir ter, que é o nosso direito. É o nosso VR (vale-alimentação), o nosso salário que está atrasado, sacolão”, disse o trabalhador.
João Júlio acrescentou dizendo que há uma perseguição contra os motoristas envolvidos na greve. Eles estariam sendo pressionados e que acredita na demissão de trabalhadores por simplesmente denunciarem o fato.
“Tem colegas nossos que estão recebendo represálias, demitindo por conta que o Sindicato dos Motoristas está pedindo a cabeça de motoristas. Vamos ser, vamos taxar. Pode nos procurar daqui uma, duas ou três semanas que vai ter motorista aqui na rua, principalmente nós novatos. Eu não aceito. Podem me demitir, mas eu não vou ficar calado. A dona Bruna não precisa ficar com medo, não, aqui ninguém é bandido, não. Somos trabalhadores, pais de famílias”, frisou.