O promotor de Justiça, Tales Tranin, que responde pela Promotoria Especializada de Defesa dos Direitos Humanos, do Ministério Público do Acre (MP-AC), afirmou que vai abrir inquérito para identificar o segurança que é suspeito de praticar crime de racismo contra três indígenas no último final de semana, durante um evento da Igreja batista do Bosque (IBB), em Rio Branco.
“Pedi a abertura de inquérito para apurar quem foi o segurança, ouvir as vítimas e todas as circunstâncias para ter o caderno de denúncias para uma futura, talvez, oferecimento de denúncia contra esse segurança. Saber quais circunstâncias se deram os fatos”, disse Tales Tranin ainda na segunda-feira, 29.
Entenda
Um grupo de três indígenas denunciou a Igreja Batista do Bosque (IBB) à polícia após ter sido supostamente vítima de racismo e agressão física e verbal por um dos seguranças da denominação religiosa.
Segundo o tio das vítimas, Celso Kaxarari, que denunciou o caso à Polícia Civil, os garotos, que estudam em uma faculdade próxima à igreja, foram até o local para participar do culto, mas acabaram sendo confundidos com possíveis criminosos, uma vez que tentavam trancar as bicicletas junto às árvores do estacionamento da igreja.
"Como é caminho, já têm o costume de parar na igreja, pararam como outras vezes a convite de um amigo. Encostaram e estavam colocando a bicicleta, como não tem bicicletário, acorrentada em uma árvore. O segurança chegou agredindo, ficou com deboche falando que se eles queriam orar que fosse para outro lugar", relatou o líder indígena.
Procurada, a IBB alegou desconhecer os fatos e que a igreja não tem responsabilidade sobre a contratação das pessoas que estavam trabalhando no local, uma vez que os próprios organizadores estavam cuidando da equipe de profissionais.