Pacientes de hemodiálise da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) protestaram nesta quinta-feira, 17, em frente à unidade, após serem informados de mudanças no atendimento. A Secretaria de Saúde do Acre anunciou que 64 pacientes seriam transferidos para clínicas particulares, sem custo adicional, mas a mudança gerou insatisfação devido a questões de logística e horários.
O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, foi pessoalmente à Fundhacre para explicar os motivos da alteração, que, segundo ele, foi provocada por um desabastecimento da solução utilizada nas máquinas de hemodiálise. A empresa responsável pelo fornecimento da solução teria aumentado o preço sem justificativa adequada, o que levou a Secretaria a buscar uma alternativa para não interromper os tratamentos.
"Fizemos contato com as clínicas e elas se comprometeram a estender o horário de atendimento para comportar os 64 pacientes transferidos. A mudança é necessária para garantir o tratamento de hemodiálise sem prejuízo aos pacientes, além de ser financeiramente mais viável, permitindo o investimento em leitos de UTI e outras áreas", afirmou Pascoal.
Apesar da garantia de que os atendimentos seriam gratuitos e sem interrupção, os pacientes reclamaram da alteração nos horários e no deslocamento. Durante o protesto, eles expressaram preocupação com a qualidade e a continuidade do tratamento nas clínicas privadas. "Nosso medo é sermos prejudicados com essas mudanças. Estamos acostumados com o atendimento aqui, e a adaptação será difícil", disse um dos manifestantes.
Pascoal reforçou que a transferência não visa desassistir os pacientes, e que as economias geradas serão revertidas em melhorias na Fundhacre, como a abertura de novos leitos de UTI e de nefrologia. "Mostramos que o custo de uma sessão aqui na Fundhacre é de R$ 1.789, enquanto nas clínicas é de R$ 445. Esse recurso economizado será reinvestido em áreas prioritárias", explicou.
O secretário garantiu ainda que a equipe da Saúde do Estado está à disposição para tirar dúvidas e resolver problemas que possam surgir durante a transição. "Os pacientes mais graves e os idosos serão priorizados nos horários mais convenientes, e disponibilizaremos transporte para facilitar o deslocamento", concluiu Pascoal.