Feijó e Tarauacá lideram o ranking dos incêndios. A preocupação maior é que nestes dois municípios, Feijó principalmente, se concentra grande parte das terras indígenas. O avanço do fogo coloca em risco a vida dessas populações tradicionais e o equilíbrio dos ecossistemas dessas áreas.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), só no acumulado dos 20 primeiros dias de agosto deste ano foram registrados 2.186 focos de calor nos 22 municípios acreanos. Feijó (489), Tarauacá (347), Sena Madureira (224), Manoel Urbano (216) e Rio Branco (194) fecham o grupo dos municípios que mais queimam no Acre.
Feijó e Tarauacá lideram o ranking dos incêndios. A preocupação maior é que nestes dois municípios, Feijó principalmente, se concentra grande parte das terras indígenas. O avanço do fogo coloca em risco a vida dessas populações tradicionais e o equilíbrio dos ecossistemas dessas áreas, o que pode comprometer, por exemplo, a caça e a pesca na região.
Os municípios com menos focos de queimadas são: Senador Guiomard (15), Plácido de Castro (12), Mâncio Lima (10), Rodrigues Alves (7) e Epitaciolândia (6). Xapuri, a terra do ambientalista Chico Mendes, morto em 1988 por defender a preservação da floresta, a mando do fazendeiro Darly Alves, registrou 36 focos de calor.
Ontem (23), o governador Gladson Cameli disse que pretende manter a política do agronegócio com a ideia de que possa gerar emprego a partir da produção rural. Mas, rebateu críticas feitas a ele sobre o assunto. Disse que é totalmente contrário à ilegalidade e defende um “agronegócio sustentável”, ou seja, que obedeça ao Código Florestal Brasileiro (CFB).
O Acre conta atualmente com 2 milhões de hectares de áreas propícias para o agronegócio. São áreas abertas, não sendo mais necessário avança sobre a florestal para aumentar a produtividade.
O discurso de Gladson Cameli, aliado número 1 de Bolsonaro, não é visto com bons olhos por ambientalistas. Para eles, a rondonização trará consequências danosas para o Acre, se implantado os mesmos modos de produção desenvolvidos no estado vizinho.
Rondônia está entre os entes federativos que mais queimam no País. Além disso, Rondônia carrega no histórico a devastação da floresta e a transformação em pastagens, sem o devido cuidado ambiental, grilagens de terras, invasões às terras indígenas por grileiros e madeireiros, exploração ilegal de garimpo, dentre outros modelos implantados lá.