O reencontro entre Lobão e o público acreano, ocorrido na noite de sábado, 4, no Clube Juventus, durante o VII Amazônia Motorcycles & IV Acre Rock Festival, foi muito mais que um show: foi o fechamento de um ciclo que começou há 36 anos e ficou, como o próprio artista definiu, “um coito interrompido”.
Em uma apresentação intensa, de mais de duas horas e meia de puro rock, o músico celebrou o retorno a Rio Branco após décadas e entregou o espetáculo que, em 1989, não pôde ser concluído.
“A gente veio determinado a fazer um show de coração, completo. Na verdade, esse é o show que nunca terminou; e hoje ele termina biblicamente”, disse Lobão.
De 1989 a 2025: o show interrompido que virou lenda
Em 22 de setembro de 1989, o cantor estava no auge da carreira e iniciaria, no Acre, sua grande turnê nacional. O Ginásio Coberto, no bairro Aeroporto Velho, ficou lotado de fãs que aguardavam o artista desde às 17h. O show, no entanto, acabou marcado por falhas técnicas e confusões, tornando-se um dos episódios mais comentados da cena cultural da época.
Agora, 36 anos depois, Lobão voltou para “encerrar aquele show” — e o fez com a energia de quem nunca abandonou o palco.
“O público acreano é apaixonante”
Durante a entrevista, Lobão destacou a emoção de reencontrar os fãs e a receptividade calorosa da plateia.
“O público foi maravilhoso, receptivo e apaixonante. Fizemos um show de alma mesmo. Agora, espero que esse reencontro não demore tanto para se repetir”, disse.
O artista também revelou planos de lançar seu novo álbum em 2025, com uma turnê que começará pelo Norte e Nordeste. “Quero lançar o disco entre março e abril, começando por Salvador, depois Natal, São Luís, Imperatriz e, claro, espero voltar ao Acre. Esse novo trabalho é uma ópera, algo muito especial”, adiantou.
Com um repertório que misturou clássicos como “Me Chama”, “Decadence Avec Elegance”, “Vida Bandida” e releituras de sucessos como “Disparada” e “Trem Azul”, o show teve a força de um reencontro e a leveza de um acerto de contas com o passado.
Lobão e sua banda, o Power Trio, entregaram uma performance vigorosa e apaixonada, encerrando simbolicamente o espetáculo que começou no fim da década de 1980 e, como ele mesmo definiu, “só terminou agora”. “Hoje foi o fim do show que nunca terminou. E que venha o próximo — sem interrupções”, concluiu o artista, sob aplausos e gritos do público acreano.