O sistema de transporte coletivo de Rio Branco não está funcionando nesta quinta-feira, dia 17, após novo protesto dos motoristas do serviço, que estão com salários, 13º salário e férias em atraso desde março deste ano, quando começou a crise causada pela pandemia do coronavírus, que causa a Covid-19.
Se o município já tivesse agido junto à Justiça do Trabalho, poderia ter garantido o funcionamento de 40% da frota, mesmo com o movimento de greve. Se os trabalhadores cruzassem os braços sem a atitude de dirigir, as empresas teriam de dar um jeito e contratar novos profissionais provisoriamente. Mas o serviço não poderia parar totalmente.
“Eu não tenho mais dinheiro para ir trabalhar. Estou tendo que ir à pé, porque o taxi lotação cobrava cinco reais, mas agora passou para dez. Se eu for todo dia, uso o salário todo e fico devendo só em transporte. Tenho que comer também. O prejuízo é grande, e estou chegando atrasadíssima”, diz a vendedora Maria Cláudia Bezerra, moradora do bairro Tancredo Neves.
Na última quarta-feira, dia 16, a Superintendência de Transportes e Trânsito (Rbtrans), comandada por Sawana Carvalho, informou à imprensa que as empresas foram notificadas a retomar o serviço com pelo menos os 40%. Minutos depois, tudo voltou ao “quase normal”, com supostos 85% da frota circulando. Não demorou 12 horas, e tudo parou. “Já autuamos as empresas, conforme a Lei 332, que diz que em caso de greve, a frota deve funcionar com 40% dos carros e isso não foi feito. O próximo passo, em caso de persistência da paralisação, é aplicação de multa e posterior abrirmos processo administrativo”, informou o órgão sem dizer que recorreria à Justiça do Trabalho.
QUEBRA DE BRAÇO – A Prefeitura de Rio Branco enviou à Câmara Municipal de RIo Branco um novo projeto de lei que permitirá, caso aprovado, um repasse de R$ 2,4 milhões para as empresas do setor, uma forma de socorrê-las nesse fim de ano, mais uma vez, soba alegação, desta vez, de que a redução no numero de usuários causou crise nos cofres das empresas que operam o serviço.
Contudo, apesar da tentativa forçada da prefeita Socorro Neri, os vereadores da própria base do governo municipal se recusam a assinar o projeto, garantindo ao menos que haja discussão sobre o assunto na Casa de Leis. Situação que aperta ainda mais o punho dos profissionais, empresa, e resta prejudicando a população. Os vereadores entram em recesso na próxima semana, e podem não aprovar o projeto de lei milionário.