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Ônibus que deveriam estar no Rio são vistos circulando em Rio Branco, capital do Acre

Ônibus que deveriam estar no Rio são vistos circulando em Rio Branco, capital do Acre

São pelo menos 20 coletivos em bom estado de conservação. Os ônibus têm adesivos do Disque-Denúncia do Rio (2253-1177), do programa Ônibus Ok, do Rio Ônibus, e até o brasão do município.

Enquanto passageiros cariocas que dependem do transporte público passam sufoco todos os dias, ônibus do Rio estão circulando muito longe da cidade - a mais de três mil quilômetros, em Rio Branco, no Acre. 

São pelo menos 20 coletivos em bom estado de conservação. Os ônibus têm adesivos do Disque-Denúncia do Rio (2253-1177), do programa Ônibus Ok, do Rio Ônibus, e até o brasão do município. 

A produção do RJ1 apurou que os coletivos eram de duas empresas do Rio. 

Uma delas, a Viação Nossa Senhora das Graças, do Consórcio Intersul, é responsável por três linhas na capital: 

409 - Saens Peña - Horto;
217 - Andaraí - Carioca;
416 - Saens Peña - Horto (Via Túnel Rebouças).

A outra é a Viação Verdun, do Consórcio Internorte, que cuida das seguintes linhas: 

238 - Água Santa - Castelo (Circular);
239 - Água Santa - castelo (Via Rua 24 de Maio);
247 - Camarista Méier - Passeio;
455 - Méier - Copacabana.
 
"Todos os dias o ônibus demora. Fico meia hora, 40 minutos esperando. O ônibus está sempre cheio, sujo e sem ar-condicionado. Se ele está rodando em Rio Branco, no Acre, isso está errado. Tinha que estar aqui, cobrindo a demanda daqui", reclamou a enfermeira Tamires Duarte, enquanto aguardava o ônibus no Centro do Rio. 

O RJ1 também apurou que as duas viações estão em nome de David Ferreira Barata, filho de Jacob Barata e irmão de Jacob Barata Filho. 

Conhecido como Rei do ônibus, Jacob Barata Filho chegou a ser preso em 2017 pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção no setor de transportes. 

Recentemente o processo foi enviado à Justiça estadual por ordem do Supremo Tribunal Federal. 

Em Rio Branco, a situação dos passageiros não é muito diferente da vivida por quem mora no Rio. 

A capital vive uma crise no transporte coletivo há mais de um ano. 

O prefeito de Rio Branco decretou situação de emergência e anunciou a contratação de forma emergencial, sem licitação, da empresa Rico para assumir 31 linhas da capital com 70 ônibus.

Parte dos carros tem placa de Mauá, no interior de São Paulo, e outra parte do Rio de Janeiro. 

A Prefeitura de Rio Branco anunciou a ida dos ônibus na página oficial - Já saíram de São Paulo e do Rio de Janeiro 30 ônibus seminovos com ar-condicionado. 

Uma empresa pode vender ônibus que são usados nas linhas, mas antes precisam de uma autorização da prefeitura, que avalia se eles farão falta para os passageiros. 

A Secretaria de Transportes informou que, nos últimos meses, nenhuma das duas viações Nossa das Graças e Verdun não fizeram nenhum pedido desse tipo. A última substituição de carros foi em setembro. 

A Prefeitura do Rio diz que monitora a movimentação dos ônibus por meio do GPS. 

Juntas, as viações registraram 352 infrações por não respeitarem o número mínimo de ônibus rodando nas ruas. 

Por meio de nota, o Rio Ônibus informou ter preparado toda a documentação de baixa enviada à Secretaria de Transportes dentro do prazo determinado. 

A Prefeitura do Rio disse que sete ônibus vistos em Rio Branco fazem parte da frota que deveria estar no Rio. 

Se a situação ficar comprovada, vai aplicar multa contratual - de maior valor.