Um grupo de pacientes que aguardam atendimento no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) entraram em contato com o NH para denunciar demora no atendimento na unidade hospitalar.
De acordo com os denunciantes, algumas das pessoas no hospital aguardavam atendimento desde o final da manhã desta quarta-feira, 12. Entre os pacientes que buscaram socorro médico no Huerb, alguns com doenças graves, como é o caso de Lucinete Lima Azevedo, moradora da cidade de Sena Madureira acompanhando sua mãe que tem problemas no coração, portadora de hepatite e diabetes e teve que esperar por quase 6 horas para ser atendida.
"Viemos de Sena para Rio Branco em busca de atendimento para aninha mãe. Ela tem problemas no coração e está com o fígado inchado pois tem hepatite. Tem diabetes também e colesterol alto, chegamos aqui um pouco antes de uma hora da tarde e a minha mãe só foi chamada para o atendimento agora, quase sete horas da noite. Isso é desumano com uma pessoa idosa e cheia de problemas de saúde", disse a dona de casa.
Outro caso que chamou a atenção da reportagem, que foi conferir as denuncias inloco, foi indo jovem Diogo Felix, de 16 anos, mas que por conta de uma paralisia tem que ser carregado nos braços de sua mãe, Luciana Aquino.
De acordo com a mãe do jovem, o filho ficou internado na unidade hospitalar há cerca de uma semana para tratar de uma pneumonia, mas durante a internação os médicos disseram que o paciente estava com hepatite e com problemas renais, doenças que a mãe acreditar ter sido adquirida por conta do tratamento ministrado no hospital.
Ela e o filho aguardavam atendimento desde as 17:30h, mesmo sendo atendimento prioritário o paciente só foi chamado para passar pela.classificacao de risco após às 19h.
"Meu filho é especial e ficou internado por 8 dias, quando recebeu alta médica eu fui informada que ele tinha hepatite e estava problemas no rim esquerdo, e eu disse que isso aconteceu por conta das medicações que deram para ele, era umas medicações fortes. Ele tem a saúde frágil e aconteceu isso. Hoje vim aqui porque ele tá muito inchado, com dores e estamos aqui esperando ainda para ser atendido", afirmou Luciana Aquino, revelando ainda que vai procurar auxílio da Defensoria Pública por conta das doenças adquiridas pelo seu filho na unidade hospitalar, que segundo ela, ocorreu por conta das medicações.
Falta de profissional médico gerou demora no atendimento, revela servidora
A reportagem do NH permaneceu na recepção do Huerb por mais de uma horas conversando com as pessoas que esperavam por atendimento. Em determinado momento foi chamada por uma acompanhante de paciente que disse que tinha uma enfermeira estava chamando a reportagem na parte externa do hospital.
A servidora revelou ao NH, após a garantia do resguardo de sua identidade, que o atendimento estava demorando pelo fato de apenas uma médica estar atendendo no ambulatório.
"Passamos a maior parte do dia apenas com uma médica, que tinha que se revezar no atendimento ambulatorial e algumas vezes foi auxiliar no atendimento de emergência. Só depois que os pacientes que estavam esperando há várias horas começaram a ameaçar de chamar a imprensa é que a direção chamou outros dois médicos", revelou a servidora.
Diretor do Huerb diz que atendimento de prioridade verde sobrecarregam atendimentos do Huerb
O NH falou, por meio de aplicativo de troca de mensagens, com o diretor do Huerb, Lourenço de Azevedo, que explicou o que está acontecendo.
Primeiramente, o gestor negou que apenas um profissional médico estivesse no atendimento. De acordo com o diretor, diariamente dois médicos realizam os atendimentos ambulatoriais nas unidades, tanto no período do dia, como também no período noturno.
Por segundo, Lourenço de Azevedo disse que o atendimento na unidade está sobrecarregado devido às "prioridades verdes", que são atendimentos que podem acontecer nas Upas, como também nas URAPs (postos de saúde)
" Nos últimos dias aumentou muito as demandas de prioridade verde, que são esses atendimentos que poder ser realizados nas Upas e até mesmo nos postos de saúde. São atendimentos como dor no estômago, dor de cabeça, vômito, diarréia, por exemplo em que as pessoas podem procurar essas unidades, mas procuram o Huerb. Mas volto a afirmar, não está faltando médicos para os atendimentos", esclareceu o diretor.