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Pensão da Mãezinha, o badalado lugar no Mercado Velho frequentado por políticos e anônimos

Pensão da Mãezinha, o badalado lugar no Mercado Velho frequentado por políticos e anônimos

Comida de MÃEzinha ninguém esquece

Comida de mãe ninguém nunca esquece. E de Mãezinha também não.

Antes de virar Mãezinha, Alzira Apolinário Maia (60) era proprietária de uma loja de materiais esportivos na Galeria Meta, no Centro de Rio Branco. Trabalhou no ramo durante oito anos, entre 1999 e 2007, porém de tanto vender fiado, conta ela com ar humorado ao Notícias da Hora, seu negócio foi à falência.

"Vendi muito fiado e acabei falindo. Aí eu pedi para trabalhar aqui. Isso aqui era da minha avó. Como a minha avó faleceu e a minha tia, eu pedi para trabalhar aqui e estou até hoje."

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O apelido Mãezinha, que deu origem ao nome de uma das mais frequentadas pensões do Mercado Velho, foi herdado de Lúcia Maia, avó de dona Alzira, e é anterior à reforma do espaço, em 2006.

"Antes mesmo da reforma. De virar o Novo Mercado Velho já tinha esse apelido, né. Os clientes chamavam ela de Mãezinha, os netos, bisnetos, todo mundo chamava de Mãezinha. Aí ficou Pensão da Mãezinha. Isso já antes da reforma do Mercado. E eu passei a ser chamada de Mãezinha", conta.

WhatsApp_Image_2021-09-11_at_20.41.38.jpegO segredo do sucesso do estabelecimento não está apenas no tempero, mas no tratamento, atendimento ao cliente e carinho. Carinho de mãe

Quem chega à Pensão da Mãezinha tem à disposição um cardápio variado. São 25 diferentes pratos. Carne de sol, bife acebolado, galinha caipira, peixe frito, cozidão... E tem uma deliciosa moqueca que é feita por encomenda, lembra dona Alzira.

O cardápio atende a gostos e diferentes línguas. Há listas de pratos em inglês e espanhol.

"Já recebi pessoas aqui de todo canto do mundo. Países que eu nunca ouvi falar", lembra.

O segredo do sucesso do estabelecimento não está apenas no tempero, mas no tratamento, atendimento ao cliente e carinho. Carinho de mãe.

"Tem que ser bem espontâneo. Às vezes a pessoa chega, você procura conversar, pergunta de onde é, se a pessoa está bem. Aí a pessoa vê a confiança e já manda outras pessoas. É o carinho de mãe. Acho que por isso chamam de Mãezinha", diz

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Mãezinha e psicóloga

Dona Alzira é mãe de Marcos e Uly. Ela é divorciada. E ela não carrega o apelido Mãezinha à toa. Como toda mãe, dona Alzira é conselheira.

"Às vezes chega alguém com problema no casamento, problema com filho, e a gente começa a falar a Palavra de Deus a essas pessoas nessa situação. Tenho casal aqui que tem problema. Às vezes um marido vem e conversa. A mulher vem e conversa, e as coisas vão se resolvendo. A gente procura ajudar."

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Pensão preferida dos políticos

A fama da Pensão da Mãezinha atrai todo mundo, de pessoas anônimas àquelas que gostam de um bom holofote, sobretudo políticos como o governador Gladson Cameli, o ex-senador Jorge Viana, o ex-governador Tião Viana, o senador Sérgio Petecão e o ex-prefeito Marcus Alexandre.

"O atual prefeito (Bocalom) não anda aqui, não. Acho que ele está rico. Já pedi para ele vir, mas ele não veio ainda. Mas espero que ele venha, porque o nosso mercado está muito abandonado. Ah, e nunca mais no mundo eu vi a cara do Petecão aqui. Sumiu. Perpétua também minha amigona está sumida."

WhatsApp_Image_2021-09-11_at_20.49.24.jpeg"Tem que ser bem espontâneo. Às vezes a pessoa chega, você procura conversar, pergunta de onde é, se a pessoa está bem. Aí a pessoa vê a confiança e já manda outras pessoas. É o carinho de mãe. Acho que por isso chamam de Mãezinha", diz

Crise nas pensões

A pandemia de covid-19, que atinge a economia do mundo todo, derrubou o movimento nas pensões do mercado.

É o momento mais difícil nos últimos anos no espaço público. Mas a diminuição no número de clientes não ocorre apenas por causa dos efeitos da pandemia: falta cuidado do poder público com o mercado, diz dona Alzira. O espaço é quente, não tem ventilação, reclama.

"As pessoas estão sumidas do mercado, né, depois dessa pandemia. Mas precisamos de ventilador. Estamos perdendo muitos clientes, porque nós não temos ventilação aqui dentro. Fica muito quente aqui na hora do almoço. Nosso movimento caiu muito. O número de pedinte caiu, quase não tem. Mas agora o calor é demais. Precisamos de uma reforma aqui dentro, de um olhar. A prefeitura precisa instalar aqueles ventiladores como foi feito no outro mercado", conclui pedindo Mãezinha.

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