A líder comunitária Socorro Martins, presidente do bairro Adauto Frota, em Rio Branco, procurou a polícia para denunciar o assessor da prefeita Socorro Neri, Francisco Pereira da Silva, que atua na Diretoria de Articulação Comunitária da Prefeitura da Capital.
Segundo Socorro Martins, o servidor municipal, que tem 51 anos, dirigiu-se a ela com palavras de insulto e, não satisfeito, também teria a agredido no fisicamente em um dos braços, pedindo que ela deixasse o setor onde buscava orientação e ajuda para a comunidade que representa.
“Ele diz que manda, que será candidato a vereador. Ele me bateu. Acontece que lá é o lugar de a gente ir falar de política, e ser respeitado, amparado. Eles estão lá para isso. Eu perdi a cabeça na hora, e até chamei ele de ‘vagabundo’. E ele diz que é a voz da prefeitura. Ele teve a ousadia de me perguntar se eu sou de açúcar”, conta a presidente de bairro.
Nervosa, Socorro buscou ajuda na sede da União Municipal das Associações de Moradores de Rio Branco, a UMAMRB, que fica próxima à sede da Prefeitura, no Centro. Lá, conversou com membros da instituição, e pediu um posicionamento sobre o ocorrido. O presidente da entidade, Oséias Silva, saiu em defesa da líder comunitária.
“Orientamos que ela procure uma delegacia, e aqui nós vamos, sim, dar suporte. Se de fato isso ocorreu, nós não vamos concordar, vamos nos posicionar, até porque o líder comunitário, quando procura um órgão público, ele procura em nome da comunidade, em busca de apoio, ajuda, de melhorias para as comunidade”, comenta.
Francisco Pereira, por telefone, negou, com todas as letras, que tratou mal ou agrediu a presidente do bairro Adauto Frota. Ele nega que tenha dito à mulher que será candidato nas eleições de 2020, quando a população terá a chance de escolher os vereadores e o novo prefeito da cidade.
“Eu tenho testemunha. Ela terá que provar isso agora. Todas as vezes que ela chega na nossa sala, é com agressão. Eu disse que ela estava numa sala da prefeitura e não podia fazer aquilo. Eu sou candidato para ir para o céu. Deus nunca me colocou isso no coração, de ser candidato. Coloquei a mão no ombro dela, só isso. Sou uma pessoa honrada, de respeito, tenho meu nome limpo”, retruca o servidor acusado.
Em nota, a Prefeitura de Rio Branco saiu em defesa do servidor denunciado e alegou que Socorro Martins não foi agredida. O Poder Executivo municipal afirma que a mulher estava na sala falando sobre as eleições do ano que vem, e que não cabe à Prefeitura apoiar esse tipo de movimentação.
“[Socorro Martins] foi informada pelo servidor de que não cabe ao órgão municipal qualquer tipo de trabalho neste sentido para o benefício individual de qualquer cidadão que pleiteie cargo público”, pontua a nota da prefeitura ao lamentar o que chama de “falsa acusação contra servidor.”