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Professor sugere a criação de associação de parentes das vítimas da violência no Acre

Professor sugere a criação de associação de parentes das vítimas da violência no Acre

O professor de língua portuguesa Valcirley Marchado, acadêmico do curso de Ciências Sociais da Ufac, começou uma espécie de campanha para a criação de uma associação de parentes das vítimas da violência no Acre.

Ele acredita que somente a união entre a sociedade civil organizada e o Estado é possível reduzir a criminalidade e o impacto que ela gera nas famílias. A campanha do professor começou em sua página no Facebook.

O irmão de Valcirley, Manoel Valmir Machado, o Machadinho, que era 3º sargento da PM do Acre, morreu vítima de latrocínio no dia cinco de maio de 2014. Desde aquele dia, a família Machado passou a conviver com a dor que resulta da violência.

"Não tem um único dia sequer que eu não pense no meu irmão e em como fazer algo que possa mudar ou amenizar este terrível momento que temos vivenciado. Em 2017 comecei a cursar Ciências Sociais e isto tem me ajudado muito. Pensei: vou atrás do conhecimento científico, vou me dedicar à sociologia da violência, tenho que fazer isto em homenagem ao meu irmão, que defendeu a sociedade acreana durante vinte anos na PM", diz.

O professor acrescenta a necessidade de se debater no âmbito da futura associação as mudanças nas leis do Código Penal brasileiro.

"O objetivo é reunir interessados, parentes das vítimas da violência no Acre para debatermos o tema, e para conversamos com a bancada federal acreana, para propormos mudanças nas leis. Acredito que o tema também interessa a várias instituições porque é fato, comprovável, que o Estado tem perdido a guerra para a violência. Acredito que mudanças nas leis vai ser um grande avanço. O tema é muito eapinhoso por isso precisamos de um debate amplo entre pessoas que sentiram na pele o que é ser vítima e ficar de mãos atadas. Em momento algum vamos propor pena de morte ou algo parecido."

A ideia do acadêmico ganhou mais força nos últimos dias com a crescente onda de homicídios no Acre, um dos estados que figura como um dos mais violentos do país.

"Não tem como aceitar que um cidadão que fora preso por furto, roubo, tráfico de drogas, fique menos de dois anos no regime prisional e saia para conviver em sociedade como se nada tivesse acontecido. Sem estudos, sem emprego. Todos que são liberados para o regime semiaberto deveriam sair apenas após a conclusão do ensino médio, e também de um curso técnico."