Fechando a semana de aula, as salas e o pátio do Centro de Educação Infantil Olindina Bezerra da Costa são tomadas por sorrisos, cores, histórias, estórias e muita alegria. Até mesmo personagens conhecidos da literatura infantil interagem com os pequenos alunos, de 2 a 6 anos, que assistem empolgados e atentos a apresentações culturais de contos literários, anteriormente, vistos em sala de aula ou em casa.
O motivo para tamanho contentamento é o recém-criado projeto “Mergulhando na Leitura”, onde os educadores, que contribuem para educação e formação de 275 crianças, promovem a cultura de ler e, através de atividades lúdicas, conduzem os pequenos alunos na descoberta do mundo da leitura e da imaginação.
E não são só os educadores da Olindina Bezerra e os alunos que vivenciam a experiência transformadora. Os pais também são envolvidos na imersão pelo mundo dos livros e do encanto. A Maria Rosilene, mãe da pequena Kessylla, de 6 anos, assistia atenta ao lado da filha, o balé da apresentação das bonecas Emília, que mais pareciam ter saído das obras infantis de Monteiro Lobato para incendiar o coração e a imaginação dos presentes.
“Vivenciar esses momentos com a Kessylla é único. Eu vejo a empolgação dela e me empolgo também. Antes eu lia para ela, hoje estamos lendo juntas”, contou a mãe orgulhosa.
Leitura que envolve
“O universo infantil naturalmente é envolto de imaginação, descobertas e criatividade. Por isso a importância de assegurar as crianças o acesso à educação e à leitura. Onde eles possam desfrutar da alegria de descobrir novas histórias” ressalvou a Madalena Gama, coordenadora pedagógica da CEI.
“Não temos um projeto de leitura padrão, na verdade, as instituições têm autonomia para desenvolverem os projetos de acordo com sua realidade e interesse das crianças. A CEI Olindina Bezerra é uma das que desenvolve o projeto e envolve os educadores, as crianças e as famílias”, explicou a assessora pedagógica da Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, Sheyla Oliveira.
Desde 1º de outubro, os pequenos leitores viajam pelo universo das palavras e envolvem toda a família na viagem. “Vimos na idealização desse projeto um caminho para o envolvimento familiar e, hoje, a aceitação dos pais nos surpreende”, referiu a gestora da CEI, Fernanda Sales.
Com muita dedicação, carinho e compromisso os educadores criaram a “mala viajante”, uma pasta de documentos que recebe uma decoração lúdica com o escrito “Era uma vez...”. No início do projeto, cada turma recebeu duas malas e cada aluno, por sorteio, pode escolher um livro indicado para faixa-etária, que fica sobre seu cuidado por dois dias, e uma folha em branco, para que junto a família, a criança possa contar ou desenhar sobre a história. Ao termino da viagem a mala retorna à sala e tem como destino a casa de outro pequeno leitor.
Alegria contagiante
A alegria de descobrir novas histórias estava presente nos olhares das pequenas Maria Eduarda e Paula Vitória, de 6 e 5 anos, respectivamente, que fantasiadas de boneca Emília aguardavam ansiosa pela apresentação que fecharia a atividade cultural na manhã da quinta-feira, 14. “Vamos apresentar. Eu quero logo que chegue meu dia de levar a mala” contou Eduarda.
Quem correu para contar histórias foram a Charleane Gabrielly e a Ágata Cibelle, ambas que com apenas de 5 anos já demonstram desenvoltura na comunicação e carinho pela leitura. “Eu levei para casa o livro da Cinderela. Gosto das princesas” contou Gabrielly.
Samaira Freitas, que há três anos é professora de creche, tem dupla emoção quando o assunto é o “Mergulhando na leitura”. “Amo trabalhar com a educação infantil e é fascinante ver como as crianças realmente mergulham na leitura e vivenciam cada etapa”, resumiu logo após participar da apresentação do “Grande Rabanete”, da autora Tatiana Belinky.
Mas não é só amor pela leitura que faz o coração da Samaira bater mais forte, o amor materno também se faz presente quando o assunto é o desenvolvimento da filha Mariah, que com apenas 2 anos, foi sorteada e vivenciou, junto aos pais, a experiência de levar a mala viajante para casa. “Ela chegou entusiasmada. Não deixava a gente pegar a mala. Tivemos de ler a história mais de uma vez porque ela pedia” contou.
A arte de recontar
Atividades de leitura em grupo, contação e recontação de histórias, ilustração e rodas de conversa são algumas das etapas do projeto. Etapas que o Luigi Vilar, 3 anos, conhece muito bem. Após ouvir a professora Eliane de Paula contar “ Menina Bonita do Laço de Fita” de autoria da escritora Ana Maria Machado, além da aula de diversidade, autoestima e combate ao preconceito, Luigi, desinibido, recontou a estória, com suas próprias palavras aos colegas da turma de creche. “Eu gosto. É legal”, resumiu.
“Nessa faixa-etária (de 2 a 3 anos) eles estão no processo de desenvolver a fala. É muito gratificante poder contribuir para evolução deles. Acompanhar desde o período de adaptação, o desenvolvimento” ponderou a Eliane que ressaltou ainda “o projeto auxilia, nessa etapa, auxilia no desenvolver da oralidade”.
Prioridade
A Prefeitura de Rio Branco, na gestão da prefeita Socorro Neri, que que também é educadora, tem a educação infantil como prioridade e, mesmo diante da conjuntura de crise vivenciada em todo o país, segue com investimentos para elevar a qualidade da Rede Municipal de Ensino.
A prefeita Socorro Neri entende a importância de investir na Educação e os investimentos são realizados desde manutenções, reformas, e ampliação das escolas à qualificação do quadro de profissionais, a exemplo: abertura de editais para a contratação de servidores efetivos.