Um grupo de três indígenas denunciou a Igreja Batista do Bosque (IBB) à polícia após ter sido supostamente vítima de racismo e agressão física e verbal por um dos seguranças da denominação religiosa. O caso teria acontecido no final da semana passada, durante um evento gospel realizado pela igreja evangélica.
Segundo o tio das vítimas, Celso Kaxarari, que denunciou o caso à Polícia Civil, os garotos, que estudam em uma faculdade próxima à igreja, foram até o local para participar do culto, mas acabaram sendo confundidos com possíveis criminosos, uma vez que tentavam trancar as bicicletas junto às árvores do estacionamento da igreja.
"Como é caminho, já têm o costume de parar na igreja, pararam como outras vezes a convite de um amigo. Encostaram e estavam colocando a bicicleta, como não tem bicicletário, acorrentada em uma árvore. O segurança chegou agredindo, ficou com deboche falando que se eles queriam orar que fosse para outro lugar", relatou o líder indígena.
Celso também alega que o segurança agrediu o sobrinho de 20 anos fisicamente e os demais verbalmente. O homem teria empunhado uma arma de fogo para assustar os estudantes indígenas. Além disso, o homem se apresentou como policial militar e chegou a colocar a arma em punho durante a abordagem. Depois, ao ser procurado, o suposto policiou teria pedido desculpas e assumido as agressões.
Em entrevista à TV Acre, o administrador da igreja, Gemil Júnior, suplente do senador Alan Rick, e diretor da Secretaria de Governo do Acre, alegou desconhecer os fatos e que a igreja não tem responsabilidade sobre a contratação das pessoas que estavam trabalhando no local, uma vez que os próprios organizadores estavam cuidando da equipe de profissionais.
"Não sei se tinha gente armada porque coordeno toda equipe quando não é uma conferência, e quem organizou essa equipe foi a própria conferência. Perguntei para as pessoas que estavam lá na frente, todas elas afirmaram que não viram agressão. Não teve agressão, o pastor acredita na equipe, na conferência, na instituição e, como foi feito um B.O, vamos responder juridicamente. Vamos aguardar a notificação, chamar as pessoas para testemunhar", alegou.