A versão online da revista literária Piauí, de circulação nacional, destaca em reportagem publicada neste fim de semana o trabalho do sargento Adão Severo, do Corpo de Bombeiros do Acre, durante o período crítico de combate às queimadas no estado, que este ano apresentaram crescimento recorde.
A reportagem foi produzida pelo jornalista do Notícias da Hora Fabio Pontes a partir do acompanhamento de alguns dias de atuação de Severo. O repórter chegou a acompanhar a equipe do sargento dentro de uma das viaturas da corporação neste mês de setembro.
Leia a reportagem e conheça melhor a história do sargento Severo, que simboliza bem o bravo trabalho desenvolvido pelos quase 500 bombeiros acreanos, que este ano trabalharam sem máscara para protegê-los de inalar fumaça tóxica. O equipamento não foi comprado pelo governo estadual.
Sem máscara, no meio da fumaça
Sentado no sofá da sala de estar do primeiro batalhão do Corpo de Bombeiros do Acre, o sargento Severo olha no celular a previsão do tempo para ter uma ideia de como será o dia de trabalho naquele domingo 1º de setembro. São 10 horas em Rio Branco e o termômetro já passa dos 30ºC. Não ter um dia quente é que seria anormal em qualquer mês na região que abriga a maior floresta tropical do mundo. Agosto e setembro, contudo, estão acima da média, com a baixa umidade relativa do ar e a fumaça das queimadas ampliando a sensação de desconforto. É quando o chamado “verão amazônico” alcança o auge, e o período sem chuvas entre julho e agosto leva a umidade a cair e chegar perto dos 20%, quando o comum é acima dos 80%. A temperatura alta e o ar seco criam o ambiente perfeito para a “limpeza” de roçados e pastagens pelos moradores do campo – o problema é que a limpeza é feita com fogo. É neste período que o céu de Rio Branco amanhece cinza, e os 499 bombeiros militares do Acre precisam se multiplicar para dar conta de todos os pedidos para apagar queimadas florestais.
Adão da Rocha Severo iniciou o plantão de domingo às 8 da manhã e irá até as 8 horas da segunda-feira. O sargento de 43 anos é natural de Rio Branco, a capital do Acre, e ingressou no Corpo de Bombeiros em concurso de 2007. Nestes doze anos de serviço, chegou à patente de segundo-sargento e, naquele dia, seria o comandante da equipe de salvamento e combate a pequenos incêndios: além dele, um motorista e mais dois homens, ambos cabos, estavam no banco de trás. O veículo é uma Toyota Hilux chamada ARF: Auto Rápido Florestal, com mobilidade para chegar a incêndios em vegetação. A Toyota puxa um tanque-reboque (chamada por eles de “carrocinha”) com capacidade para 1 200 litros d’água. Na carroceria, dois adesivos já desbotados, quase apagados, lembram que aquele veículo foi comprado há aproximadamente seis anos com recursos do Fundo Amazônia. Este ano, em meio a uma crise política internacional diante do aumento das taxas de desmatamento e queimadas no mais importante bioma do país, Noruega e Alemanha cancelaram repasses de quase R$ 300 milhões para o fundo. Depois, o governo Bolsonaro recusou US$ 20 milhões oferecido pelos países do G7 para combater os focos de fogo.
Leia a reportagem completa aqui:
https://piaui.folha.uol.com.br/sem-mascara-no-meio-da-fumaca/
Revista nacional destaca atuação de bombeiro acreano no combate às queimadas
Da redação do Notícias da Hora