A salgadeira Maria de Fátima, de 54 anos, encerrou a última noite do Carnaval da Família, no estacionamento do Arena da Floresta, sem motivos para se alegrar: amargou o maior prejuízo em 10 anos trabalhando em festas carnavalescas. O evento terminou nesta terça-feira, dia 21, após cinco noites de folia.
Maria trabalhou em todas as noites, pagou diárias aos funcionários, mas não teve entrada de dinheiro, sequer, para cobrir os custos necessários ao funcionamento das atividades no local. “Eu fiquei muito decepcionada, porque a minha estrutura aqui é grande. Só que a gente gasta para estar aqui, apesar de não pagar a barraca”, diz.
E não foi só Maria de Fátima que reclamou do prejuízo. O ambulante André Jhones, que 23 anos, também amargou prejuízo. Ele andava pelo espaço do carnaval vendendo óculos e pulseiras para os foliões. É a segunda vez que ele atua em um carnaval, sendo o primeiro antes da pandemia de Covid-19.
“Gastei uns 400 reais para trazer tudo, e hoje é a última noite e ainda não vendi tudo. O que ganhei mal pagou o que comprei, pelo menos isso, porque senão o prejuízo ia ser ainda maior. Para mim isso é prejuízo porque ganhar mesmo, eu não vou ganhar nada, infelizmente”, pontua.
O Carnaval da Família, apesar da grande estrutura, conseguiu unir Governo do Estado e Prefeitura, mas os foliões não compareceram ao local como esperavam os organizadores. O público só passou de 500 pessoas na terceira noite e, ainda assim, não lotou todo o espaço em nenhum dos dias.