Servidores da Fundação Hospitalar do Estado do Acre (Fundhacre) voltaram a procurar a equipe do Notícias da Hora para denunciar aquilo que classificam como um verdadeiro “abandono da saúde pública”. O principal foco das reclamações é a Clínica Cirúrgica da unidade hospitalar, que enfrenta uma escassez crônica de materiais básicos e medicamentos essenciais, afetando diretamente o atendimento aos pacientes, especialmente os que se encontram em pós-operatório.
Um dos maiores problemas apontados é a falta de soro fisiológico de 100ml — o mais utilizado para a diluição de medicamentos. De acordo com os relatos, esse item fundamental tem desaparecido rapidamente das prateleiras da unidade.
“As medicações normalmente nós fazemos no soro de 100ml. Da última vez que chegou, durou no máximo dois dias e acabou. Agora só temos soro de 250ml e 500ml, o que nos obriga a desprezar uma grande quantidade. É desperdício puro e um retrabalho desnecessário para a equipe”, relatou uma servidora.
A diferença entre os volumes de soro vai além do desperdício. O soro de 100ml já vem na dosagem certa para medicação, enquanto os frascos maiores exigem manuseio extra, abrindo margem para perdas e contaminações.
Versão oficial
Procurada pela redação do Notícias da Hora, a assessoria de comunicação da Fundhacre negou as informações. Em nota, afirmou:
“A Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo esclarece que não procede a informação sobre falta de soro fisiológico na unidade. O insumo é fornecido regularmente em diferentes apresentações (100 ml, 250 ml e 500 ml), conforme disponibilidade de mercado e critérios técnicos de uso. Reforçamos que não há prejuízo na assistência prestada aos pacientes e que a reposição de materiais é acompanhada de forma contínua para garantir a normalidade do atendimento.”