A movimentação no Via Verde Shopping foi baixa nesta sexta-feira, dia 24, véspera de natal. Diferente de anos anteriores, o estacionamento não foi parcialmente bloqueado e as lojas não tinham grandes filas para a realização de pagamentos. Consequência do endividamento da população e dos preços altos nas prateleiras.
Com corredores parcialmente vazios, a professores Fátima Azevedo, de 55 anos, estava indo embora sem conseguir comprar. “Tudo muito caro. Ninguém aguenta desse jeito. Na pandemia aumentou e até agora não teve redução. Infelizmente não dá para comprar presentes. Resolvemos fazer um lanche apenas”, reclama. Fátima estava com o esposo é um dos netos.
Os riobranquenses pretendem gastar até R$ 200,00 com os presentes de Natal esse ano. Isso é o que mostrou uma pesquisa do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, em parceria com o Data Control Instituto de Pesquisas de Rio Branco. Foram ouvidas 400 pessoas entre 16 e mais de 60 anos. Dos entrevistados, apenas 15,8% disse que vai gastar entre R$ 200 e R$ 300 com presentes e outros 17,4% vão usar até R$ 300 nas lembrancinhas.
Ana Paula Lima, de 31 anos, trabalha no shopping desde o início das operações, e confirma que a movimentação nesse ano foi muito menor que o esperado. “Eu achava mesmo que ia bombar, mas o abono da educação não foi suficiente. Só o salário e o décimo não adiantam, porque tudo está muito caro. Desde a black friday, em novembro, que o bom movimento parou. Difícil manter o negócio assim!”, alertou.
No Centro, o comércio popular de Rio Branco também vive o pior Natal de sua história. Os corredores do Aquiri Shopping se mantiveram vazios durante o dia, com parte das lojas fechadas. A reclamação é uma só e tem nome: crise. Em transmissão ao vivo, o jornalista Luciano Tavares mostrou a rotina do dia na centro popular de compras.
“Caiu muito as vendas. Não está sendo como antes. Ano passado, por exemplo, a gente vendia mil reais em um dia e hoje não vende R$ 200. Caiu muito. Compromete até os nossos pagamentos, porque se a gente não vender não tem como receber e não tem como pagar funcionário”, diz Juliana Oliveira, que trabalha em uma loja de acessórios para celular.
Jimy Juruna, do Sindicato dos Camelôs, afirma que a crise tem vários culpados. O principal, segundo ele é a falta de incentivo da prefeitura. “Houve redução na frota de ônibus. Há também a falta de divulgação, pois o formato original do projeto do shopping era de incentivo à divulgação das ações do shopping”, lembra.