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Walter Prado diz que Acre tem quase 700 crimes sem autoria conhecida e vê necessidade de criação de uma Ouvidoria

Walter Prado diz que Acre tem quase 700 crimes sem autoria conhecida e vê necessidade de criação de uma Ouvidoria

O delegado aposentado e ex-diretor da Polícia Civil, Walter Prado, contestou os números da Segurança Pública que apontam para a realização de 2 mil operações em 100 dias. Ele revelou dados preocupantes a respeito da elucidação de crimes no Acre. Disse que são quase 700 casos sem autoria conhecida de crimes hediondos. 

“Com esse grupo nenhum crime hediondo do Acre ficou insolúvel. Nenhum. Quem tiver memória é só rememorar. Houve crimes bárbaros, tipo Mauro Braga, Joana, todo crime foi esclarecido. O que acontece agora? Tem aproximadamente 700 crimes sem autoria conhecida. Quem não elucida não combate. A tendência é que vai ter problema em Rio Branco, por falta da elucidação”, diz Walter Prado ao referir-se à Força Tarefa criada em sua gestão.

O delegado aposentado vai além e faz um comparativo. Prado destaca que quando um esforço nacional foi criado para apurar as mortes do Esquadrão da Morte, liderado por Hidelbrando Pascoal, eram 40 homicídios e atualmente são 700 e o silêncio impera, diz ele. 

“Quando se criou a nível federal uma força tarefa para se combater crime como o Esquadrão da Morte, era para apurar 40 homicídios. Eu estava entre os 10 delegados que compôs esse esforço concentrado para elucidação. Eram 40 homicídios e agora tem quase 700 e não ninguém diz nada”, comenta.

Walter Prado vê a necessidade da criação de uma Ouvidoria na Polícia Civil para que o cidadão possa cobrar a elucidação, maior investigação de crimes. Ele aponta que a Corregedoria apura infrações apenas de seus agentes. 

“O Acre é o único estado brasileiro que a Polícia Investigativa não tem uma ouvidoria. Não tem pra quem reclamar. Por que corregedoria apura as infrações penais do corpo, agora a ouvidoria ouve a população, não tem uma Ouvidoria. O FBI tem, o Rio de Janeiro tem, todo lugar tem. Agora aqui não tem. Agora aqui faz como quer, no tempo que quer. Por que? Porque não tem ouvidoria. Quer dizer é um vácuo institucional totalmente de um projeto que não tem nenhuma visão de corrigir isso.  Enquanto não elucidar não vai parar, são vidas que estão em jogo. Tudo fica por conta de crime de organização, como se crime de organização não precisasse apurar. Tem que apurar mais rápido”, completa.