Dr. Rueda, o médico do coração
O médico Fábio Gonçalves de Rueda, de 44 anos, pretende ocupar uma das oito cadeiras destinadas ao Acre na Câmara Federal. Filiado ao União Brasil (UB), faz a sua pré-campanha com propostas para as áreas econômica e social. “Quero contribuir com o estado que me acolheu”, declarou o médico, para quem a política é um sacerdócio e que precisa devolver às pessoas aquilo que é delas.
Mesmo sendo irmão de Antônio e Maria Emília de Rueda, que ocupam cargos partidários estratégicos em nível nacional (vice-presidente e tesoureira do UB), o convite para entrar para a vida pública partiu do presidente regional acreano, senador Márcio Bittar. “Até pegarmos o mesmo voo de Brasília para o Acre, quando ele fez essa proposta, isso jamais havia passado pela minha cabeça”, esclareceu.
Morando no Acre há mais de dez anos, Fábio nasceu, formou-se, casou-se e construiu a sua carreira de cirurgião cardiovascular na capital pernambucana (Recife). Filho de um engenheiro com uma pediatra, apregoa o liberalismo econômico e defende valores como a família tradicional, os bons costumes e o respeito às liberdade religiosas e às convicções filosóficas. Afinal, como enfatiza, o Brasil é um país democrático e laico.
Inquieto e movido a desafios, o pré-candidato, mesmo com o atual desgaste da classe política, afirma que vai percorrer os municípios levando propostas exequíveis para que o Acre possa vir a ser um estado desenvolvido. “Além de serviços essenciais como uma educação de qualidade e uma saúde resolutiva, urge potencializarmos a exploração dos nossos recursos naturais, com racionalidade, estimulando o agronegócio, pois estamos em uma região geograficamente estratégica”, propõe. Em seu consultório, Rueda recebeu a nossa equipe e concedeu esta entrevista:
Notícias da Hora – Por que o senhor escolheu ser médico?
Rueda – A minha mãe, que é pediatra, teve uma participação. Foi o fascínio de lidar com as pessoas e poder ajudá-las. É uma oportunidade de estar mais próximo delas. É uma missão de vida. Eu tenho paixão pelo que faço e me sinto realizado.
Notícias da Hora – Conte-nos um pouco das suas origens
Rueda – O meu pai era um engenheiro, de origem espanhola, e morava há 17 anos na Alemanha. No início dos anos 70, ele foi a Recife a trabalho e conheceu a minha mãe. Casaram. Ele viveu a maior parte da sua vida em Pernambuco. A minha mãe é filha de militar. Éramos uma autêntica família de classe média. O meu irmão mais velho, o Antônio, é advogado e a minha irmã mais nova, Maria Emília, optou pela mesma profissão dele. Ele mora em Brasília, ela em São Paulo.
Notícias da Hora – Como ou de que forma o senhor veio parar no Acre?
Rueda – Foi uma oportunidade que surgiu. Eu terminei a minha graduação como cirurgião cardiovascular em janeiro de 2010, formação que não existia aqui. Eu tenho um colega acreano, atuando na mesma área, que conheceu uma pernambucana e mudou-se para lá. Nós formamos uma sociedade. Ele me propôs um desafio da seguinte forma: “Rueda, no Acre não existe cirurgia cardíaca. Todo paciente, que precisa de uma intervenção, tem que fazer o TFD (Tratamento Fora do Domicílio)”. Assim, iniciamos, aqui no estado, a implantação de cirurgias cardiovasculares de média e alta complexidade.
Notícias da Hora – Como a política entrou na sua família?
Rueda – O Luciano Bivar era presidente do Sport Club Recife e o meu irmão era um dos advogados do clube. Formou-se uma relação de confiança, depois uma amizade e finalmente uma parceria política que perdura até os dias atuais. Em 2018, quando o PSL era um partido pequeno, demos legenda à candidatura do Jair Bolsonaro. Após as eleições, houve a ruptura do Bivar com o presidente, mas todos ganharam naqueles processo: o PSL porque passou a ser um partido grande e o presidente, por sua vez, incorporou um pouco das nossas concepções, destacadamente no campo econômico. Ainda em 2017, o meu irmão participou ativamente desse processo, sentando e deliberando inúmeras vezes com o Bivar e o então candidato. Ah, eu quase esqueci: o meu irmão não tem cargo eletivo ou público.
Notícias da Hora – E como aconteceu o seu ingresso na política?
Rueda – Eu recebi um convite/carona para vir num mesmo voo com o meu irmão, o deputado Júnior Bozzella (SP) e o senador Márcio Bittar. Eles estavam vindo fazer uma campanha de filiação no Acre. Na ocasião, o senador Márcio Bittar, que era do MDB, me fez a proposta. Eu tomei um susto [risos] e, confesso, declinei do convite. Depois, aceitei porque vi a oportunidade de ajudar o Brasil, de fortalecer o partido, e principalmente de contribuir com o estado que me acolheu. É uma responsabilidade e uma forma de servir as pessoas.
Notícias da Hora – Quando registrar a sua candidatura, o que o senhor vai dizer aos eleitores?
Rueda – Vou buscar ser autêntico e espontâneo como sou. Eu não sou um aventureiro e estou há mais de dez anos construindo a minha vida aqui. Desculpe a ousadia, mas talvez eu conheça os acreanos melhor do muitos que nasceram aqui. Eu tenho o desejo de fazer o que sempre faço, que é servir às pessoas. Isso é a base da minha vida e me traz muita satisfação. Eu agradeço a todos que estão depositando essa confiança em mim.
Notícias da Hora – Quais são as suas propostas?
Rueda – A gente tem conversado e tenho aprendido muito. Na área de saúde, eu posso colaborar bem. Nenhuma sociedade atingiu etapas de desenvolvimento sem investir maciçamente em educação. No tocante à economia, o agronegócio tem sido a locomotiva Brasil afora. A base da nossa economia é a agricultura familiar. Cerca de 85% dos nossos produtores rurais são médios e pequenos. Eles precisam de uma política de estado com financiamento, ramais, estradas, energia, assistência técnica, entre outros aportes estatais.
Notícias da Hora – O que pode ser feito para se tirar o Acre do subdesenvolvimento?
Rueda – Em nível nacional, o União Brasil está dando a sua parcela de colaboração para um Brasil melhor e próspero. Aqui não será diferente. Não temos a menor intenção em travar debates ideológicos que não trazem resultados para a população, que está ávida transformações em suas vidas. Precisamos agregar forças e apontar soluções. Possuímos uma localização estratégica quando se trata de exportações e podemos atrair inúmeros investimentos como, por exemplo, o desenvolvimento de polos de tecnologia e pesquisa farmacêutica, cosmética e alimentícia, dentre outras tipologias produtivas que podem se adequar plenamente às potencialidades regionais. Devemos aproveitar o potencial de culturas como a mandioca, a banana, o açaí, o abacaxi, o café e a fruticultura de modo geral. A pecuária, que está consolidada, precisa de novas técnicas de manejo para o aumentar o nosso rebanho, sempre respeitando o meio ambiente. Eu vou propor a adoção de políticas de estado para impulsionarmos o desenvolvimento.