De acordo com dados do Censo Escolar divulgados no início desta semana durante o Encontro da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime/AC), realizado na Ufac, o Acre se destacou no ranking nacional de matrículas destinadas ao ensino especial, com 7% de vagas destinadas a alunos com deficiência na rede pública de ensino. Esse índice é significativamente superior à média nacional, que se encontra em 3,7%.
Na região Norte, o Estado também desponta como uma exceção, apresentando indicadores superiores aos de estados vizinhos. Segundo o levantamento, o Amazonas destinou apenas 2,5% das matrículas ao ensino especial, enquanto Rondônia alcançou 4,2%, Pará 3,2%, Amapá 4,6% e Roraima 3%.
Diante desse crescimento, a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEE) precisou dobrar a contratação de mediadores para atender às necessidades dos alunos com deficiência. No entanto, o déficit financeiro é um desafio: enquanto o Fundo Nacional de Financiamento da Educação Básica (Fundeb) repassa R$ 9.563,20 por ano por aluno com deficiência, o custo anual de um mediador por aluno pode ultrapassar R$ 50 mil.
A situação é particularmente delicada em Rio Branco, onde a rede municipal lidera a oferta de vagas no ensino especial com 8.506 alunos matriculados, seguida por Cruzeiro do Sul com 2.997 vagas. Outros municípios, como Senador Guiomard, Plácido de Castro e Porto Acre, também contribuíram para a inclusão, mas a falta de recursos coloca em risco a manutenção desses serviços.
Para gestores públicos, a solução envolve otimizar recursos e repensar estratégias, já que projeções indicam a possibilidade de colapso financeiro em 2028 caso o número de mediadores por aluno autista continue a crescer sem o aumento proporcional no repasse de verbas.