O Acre registrou, entre janeiro e fevereiro desse ano, 199 novos portadores do vírus HIV. Atualmente, a quantidade de pacientes que faz acompanhamento chega a 1,8 mil. Os dados são da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). O HIV é o vírus causador da Aids, uma infecção que pode levar à morte.
Os casos foram registrados entre janeiro e novembro de 2019, mas o número pode ser maior. A identificação é feita gratuitamente nas unidades básicas de saúde, e caso confirmada a presença do vírus no organismo, os pacientes são encaminhados para o serviço especializado, anexo à Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre).
O chefe da área técnica HIV/Aids da Sesacre, Júnior Pinheiro, explica que a secretaria faz um acompanhamento contínuo dos dados e dos pacientes. “Quando é identificado, esses pacientes já são encaminhados imediatamente para o serviço especializado, onde vai com a consulta marcada e é acompanhado”, explica.
O tratamento contra o HIV, e até a Aids, quando desenvolvida a infecção, dura a vida inteira. Tanto o vírus, quanto a doença, ainda não tem cura, contudo o tratamento permite que os pacientes acometidos com as enfermidades possam ter uma vida normal, sem grandes mudanças de hábito.
“Quando a gente esses pacientes, é feita uma bateria de exames para confirmar o problema e para saber qual o grau em que a pessoa está. Após isso, começa o tratamento, sempre acompanhado. Para se ter ideia, o paciente já sai da unidade de saúde com a data que vai ser atendido pelo especialista”, completa Júnior Pinheiro.
Dados divulgados pela pasta revelam que em 11 meses, os 199 casos registrados estão divididos da seguinte forma: 149 são pacientes homens e outros 50 casos são de mulheres. Alguns pacientes decidem mudar para Rio Branco, tudo para ficar mais próximo do Serviço de Atendimento Médico Especializado (Same), que funciona na Fundhacre.
“Essa identificação é feita pelo infectologista, assim que finalizados os exames laboratoriais. Tem muitos pacientes que começam a medicação, mas com pouco tempo abandonam o tratamento, e acabam ficando mais vulneráveis para desenvolver a doença. Mas hoje, temos cerca de 1800 pacientes sendo acompanhados rotineiramente”, esclarece.
DADOS NACIONAIS - No Brasil, o último relatório do Ministério da Saúde sobre o tema apontou que em 2017 foram diagnosticados 42.420 novos casos de HIV e 37.791 casos de AIDS. Desde 2012, porém, os números em relação à AIDS têm diminuído, passando de 21,7 por 100.000 habitantes para 18,3 em 2017, um decréscimo de 15,7%. Segundo o Ministério da Saúde, essa redução na taxa de detecção tem sido mais acentuada desde que o protocolo Tratamento para Todos foi implementado em 2013.
A distribuição proporcional dos casos de AIDS, identificados de 1980 até junho de 2018, mostra uma concentração nas regiões Sudeste e Sul, de 51,8% e 20,0% do total de casos, respectivamente. Nesse período de quase 38 anos, foram identificados 926.742 casos de AIDS no Brasil.