Dados de uma pesquisa inédita feita pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), organização não governamental criada em 2004, mostram que o percentual de internações de pessoas com doenças ligadas ao uso abusivo de álcool no Acre é de 16,8 por 100 mil habitantes.
“As principais causas de internações atribuíveis ao álcool em 2023 foram a síndrome de dependência de álcool (CID F10.2) e a doença alcoólica do fígado (CID K70) que, em conjunto, compõem mais da metade destas internações. Para as internações decorrentes de síndrome de dependência, que totalizaram cerca de 20 mil autorizações de internações hospitalares, 75% foram feitas em caráter de urgência, e as outras 25%, em caráter eletivo”, diz a pesquisa.
O estado tem o maior percentual de internações, se calculado pela população estimada de cada unidade federativa. Rondônia, por exemplo, esse número não passa de 8,9. No Amazonas, fica em 5,5 por 100 mil habitantes. Roraima (7,2), Amapá (3,9), Pará (4,7) e Tocantins, com uma 15,4 por 100 mil habitantes.
A região Sul se destaca com taxas mais elevadas: Paraná e Rio Grande do Sul, especialmente, apresentam taxas consideravelmente maiores do que o resto dos Estados, com 65,3 e 69,9 internações atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes, respectivamente.
Mas, uma informação interessante é: apesar do Acre ter a maior taxa de internação por álcool da Região Norte, em 2023, o percentual de mortes de pessoas internadas cai para 6%, um dos menores. Ou seja, se internam mais, porém a recuperação destas pessoas tem sido satisfatória.
Já o percentual de mortes atribuídas ao álcool no Acre fechou em uma taxa de 21,4 por 100 mil habitantes.
“As doenças que mais contribuíram para o aumento das mortes relacionadas ao uso de álcool foram as doenças alcoólicas do fígado e os transtornos mentais e comportamentais associados ao uso de álcool”, afirma o estudo Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024.