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Ambulantes vendem CoronaVac falsificada por 50 reais no Zona Norte do Rio

Ambulantes vendem CoronaVac falsificada por 50 reais no Zona Norte do Rio

Era para ser um dia comum em Madureira, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, quando o produtor cultural Sérgio Oliveira, também conhecido como Jones MFjay, 58 anos, se deparou com uma gritaria ao cruzar a Passarela do Império na segunda-feira, 21.

“Galo! Galo!”, gritava um ambulante da região – galo é uma gíria que significa 50 reais. Ao se aproximar, Oliveira registrou o motivo da balbúrdia em uma foto: uma caixa de uma suposta vacina contra a Covid-19 estava sendo vendida pelo camelô por esse valor.

A imagem da caixa, repleta de caracteres chineses, logo viralizou nas redes sociais. Ao explicar a transação da vacina falsificada, o ambulante ainda ofereceu a aplicação por 10 reais em uma “farmácia ‘no coute’” – no coute é outra gíria, dessa vez para algo feito “no esquema”.

A vacina original ainda não foi disponibilizada, tampouco colocada à venda pelas autoridades. O governador paulista João Doria (PSDB) anunciou na segunda-feira, 21, que o estado de São Paulo terá 10,8 milhões de doses da CoronaVac até o dia 31 de dezembro. O próximo lote de entrega — com matéria-prima enviada da China ao Instituto Butantan pelo laboratório parceiro Sinovac Life Science — tem previsão de chegada na próxima quinta-feira, 24. Com ele será possível produzir 5,5 milhões de unidades do imunizante. Em São Paulo, o plano de vacinação deve começar apenas no dia 25 de janeiro.

Ontem, a fábrica da CoronaVac na China foi aprovada pela Anvisa, conforme VEJA mostrou.

No último domingo, 20, O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), divulgou um protocolo de entendimento com o governador de São Paulo em relação ao uso da CoronaVac. Paes informou ainda que apresentará um plano de combate à Covid-19 na cidade do Rio no próximo dia 28 de dezembro.

Sobre a venda da vacina falsa em Madureira, o produtor cultural que registrou a imagem disse que há outras regiões no Rio oferecendo o suposto remédio.

“É tão inacreditável que eu quase tenho certeza de que era brincadeira. Só no meu país Madureira esse tipo de coisa acontece”, diverte-se ele. ““Depois que eu postei um amigo disse que lá em Bangu [bairro da Zona Oeste do Rio] também estão vendendo umas caixas estranhas”, declarou.

Ele se disse surpreso com a proporção que a imagem tomou nas redes sociais. “Aqui em Madureira se vende de tudo: salvação, terreno para o céu… Essa vacina é tão autêntica quanto a água mineral que vendem no sinal”, resumiu ele.

VEJA procurou a Secretaria Municipal de Saúde e a Vigilância Sanitária do Rio para saber se alguma medida seria tomada em relação à venda da CoronaVac falsificada, mas nenhum representante dos órgãos retornou até o fechamento da reportagem.