O delegado de Polícia Civil, Judson Barros, de 57 anos, foi o convidado do podcast Conversa Franca desta quarta-feira, 4. Na oportunidade contou como foi sua trajetória de aprovações em dois concursos públicos para delegado de polícia. Nascido em Carolina (MA), o delegado morou em Uruçuí (PI) e depois em Teresina (PI). Além de direito, ele também é formado em educação física.
No campo jurídico ainda é mestre em direito ambiental e políticas públicas. Antes de ser delegado, ele exerceu cargos de bancário, analista do Ministério Público do Amapá, onde foi também professor de direito ambiental da universidade do estado e analista também da Defensoria Pública da União.
Judson, que começou a cursar direito aos 45 anos, comentou que sua trajetória foi muito difícil, mas nunca desistiu dos objetivos pois pensava todos os dias em ser delegado.
Barros, que hoje tem 57 anos, lembrou de seu tempo de estudo quando trabalhava o dia todo, e só estudava no período da noite das 19h às 22h até sua esposa chegar do trabalho. Assim, ele tinha tempo de ir para academia se preparar para a fase de aptidão física caso obtivesse êxito no concurso público. Depois de formar em direito, o delegado fez seis concursos em um ano e meio, passando para delegado nos estados do Acre e Piauí.
O delegado tomou posse em 2020, quando houve o chamamento dos aprovados no concurso. Segundo ele, ainda na academia - uma das últimas fases do concurso - precisou recorrer à Justiça para se manter no cargo.
“ Nós tivemos esse problema na questão da idade. Eu não vim fazer um concurso sem ter lido o edital. Eu sabia que tinha a limitação da idade. Isso eu já sabia. Eu sabia que tinha limitação da idade, 50 anos, 50 anos, já estava com 52 e eu já completaria 53. Mas o Judiciário pode entender que essa limitação da idade não é constitucional, que essa limitação da idade é desproporcional, não tem razoabilidade. Mas eu primeiro tenho que passar no concurso para depois brigar judicialmente. Então eu primeiro passei no concurso para depois ir lutar pelo direito de garantia através de um concurso, então eu passei no concurso”, disse Judson.
O delegado também comentou que chegaram a tirá-lo da academia de formação de delegados por conta de sua idade.
“No momento da academia, o Estado entendeu que eu não ia fazer academia porque era a última fase do concurso e me tirou da academia. Porque tinha uma ação judicial que um juiz de primeiro grau tinha determinado que eu fizesse academia, porque eu entrei com um procedimento administrativo pedindo uma posição do governo do Estado no sentido de que eu pudesse fazer academia e que não houve essa resposta. Ajuizei uma ação pedindo o posicionamento do juiz do Judiciário. Então, o Judiciário garantiu a minha academia. Então eu já fui fazer uma academia por força de ordem judicial de um juiz de primeira instância. Essa decisão de primeira instância foi revogada em segunda instância, entendeu? E aí eu fui retirado da academia, fui retirado da cadeira e a mesma desembargadora que me retirou da academia mandou de voltar uma semana” finalizou o Judson Barros.
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