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Às margens do rio Liberdade, famílias sofrem sem saúde pública, incentivo à produção e abandono

Às margens do rio Liberdade, famílias sofrem sem saúde pública, incentivo à produção e abandono

O Notícias da Hora esteve neste último final de semana na região do Juruá e acompanhou de perto as dificuldades enfrentadas por famílias que vivem às margens do rio Liberdade. Falta atendimento de saúde, incentivo à produção agrícola e saneamento básico para quem mora no local.

Por cinco horas percorremos o rio Liberdade até chegarmos em uma comunidade chamada Forquilha, mas antes, fizemos algumas paradas ao longo de nosso percurso e ouvimos relatos de alguns moradores sobre as dificuldades enfrentadas.

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Em uma das comunidades conhecemos o senhor Francisco França, de 50 anos, que relata o sofrimento vivido por várias famílias por falta de energia elétrica em diversas comunidades. Algumas delas às margens do manancial ainda dependem de um motor a diesel para geração de energia.

Na comunidade Limão, também às margens do Liberdade, o morador conhecido como Garrincha, relatou que a única base de emergência que havia no lugar e que atendia as famílias foi retirada.

“Aqui nós precisamos mesmo é de uma rede de saúde. Para fazer alguma coisa aqui temos que levar nossas crianças até a ponte, e de lá até Cruzeiro do Sul, pois antigamente nós até tínhamos uma base de emergência mas tiraram daqui, nós tínhamos uma base de saúde, um agente de saúde e agora não temos mais nada, estamos abandonados", desabafou.

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A falta de incentivo à produção está entre as principais reclamações. O senhor José Augusto, de 69 anos, um dos moradores mais antigos da região contou que os produtores do local têm enorme dificuldade para escoar seus produtos.

“A falta de incentivo e ajuda têm dificultado o escoamento de produtos, dificultando inclusive a venda dos insumos que são enviados à cidade por falta de um galpão para expôr nossa produção e facilitar assim a venda da nossa produção."

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Coronavírus onde não existe posto de saúde

Na comunidade Boca do Forquilha encontramos mulheres e donas de casa que trataram a covid-19 usando plantas da floresta. Uma delas foi a senhora Maria Edite, de 46 anos. De acordo com Maria, ela teve os sintomas da covid-19, perdeu o paladar, o olfato e teve muita febre. Maria relata que usou a folha do jambo para tratar a febre. “Você pega a folha do jambo põe na água pra ferver, deixa ferver bem, depois apaga o fogo e deixa esfriar e depois toma", sugere.

Um dos casos mais curiosos foi o da dona Maria das Graças, de 71 anos, que diz ter botado para correr os agentes de Saúde que foram até a sua casa que fica às margens do rio Liberdade aplicar a vacina da covid-19.

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“Os agentes de saúde estiveram aqui em casa e eu botei pra correr, pois já fazem 28 anos que não tomo nenhum tipo de vacina", disse.

Maria também relatou que ao sentir algum tipo de dor ou problema de saúde, ela recorre as ervas medicinais, como chá do boldo, chá de azeitona e chá de alfavaca.

Assista agora a videorreportagem do Notícias da Hora e veja os relatos dos moradores: