Dados compreende os 8 primeiros meses de 2019. Um idoso também morreu neste período com os mesmos sintomas. Além disso, 4 crianças morreram de pneumonia, elevando o número de mortes de crianças para 20.
A falta de uma política de saúde indígena mais presente nas aldeias do Acre levou à morte 16 crianças da Terra Indígena Alto Rio Purus. O período de registros dos óbitos compreende de janeiro deste ano até o mês de agosto.
As crianças apresentaram como sintomas febre, vômito, cãibras e diarreia. A faixa etária atingida foi de zero a 11 anos. O levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta, também, que um idoso de 64 anos faleceu com os mesmos sintomas apresentado pelas crianças. Ainda há o registro que mais quatro crianças morreram vítimas de pneumonia na terra indígena, elevando o número de mortes de crianças para 20.
De acordo com o estudo, “entre as razões para o ciclo de mortes atingir periodicamente as aldeias do Alto Rio Purus está a ausência de saneamento básico provocando a contaminação da água consumida sobretudo no período das chuvas”.
O baixo investimento em saneamento básica nas aldeias pode ser uma das causas das mortes registradas. O Cimi acusa o governo federal de ter investido apenas 11% do orçamento anual até o mês de setembro, o que representa quase nada em ações efetivas.
Os investimentos são insignificantes se olharmos uma radiografia publicada pelo Conselho. “Em 2018, realizou 24%; 2017, 23%; 2016, 19% e 2015, 17%”, sendo que este ano, quase no final, apenas 11%.
A Terra Indígena Alto Rio Purus está localizada entre os municípios de Santa Rosa do Purus, já nas proximidades da fronteira com o Peru, e Manoel Urbano. Lá vivem 3.336 indígenas (DSEI/2019) dos povos Huni Kui/Kaxinawa, Madja/Kulina e Jaminawa em cerca de 45 aldeias que, em sua maioria, estão instaladas às margens do rio Purus.