“A gente já está acostumado com essa rotina pós-cheia”. A frase é do senhor Carlos Gomes, morador no Bairro da Base, um dos mais afetados pela enchente do rio Acre. As seguidas enchentes nos últimos anos virou uma quase rotina na vida de quem mora no bairro. O resultado é uma certa indiferença dos moradores quando retornam para suas casas.
“Agora é limpar. Muito trabalho. A herança que fica são perdas, mas com um tempo a gente recupera”, diz.
O jornalista Victor Augusto Farias também é morador no Bairro da Base e conta que essa já é a quinta enchente que ele e sua família enfrentam desde 2012.
Quando as águas do rio começaram a subir, Victor conta que ele e seus vizinhos se mantiveram em alerta para a enchente.
A experiência de outras cheias foi importante. Antes mesmo de a água inundar parte de sua residência, ele providenciou a mudança de parte dos móveis e roupas.
“A gente teve uma perca mínima, pois nos preparamos enquanto o rio estava subindo”, relata.
Enquanto vítima da enchente, Victor foi obrigado a virar vigia. Preocupado com a possível ação dos ratos d'água, bandidos que aproveitam as condições vulneráveis das famílias para furtarem as residências alagadas, o jornalista dormia à noite em uma rede amarrada às treliças da sua casa.
Neste sábado (8), as máquinas da prefeitura chegaram para limpar o bairro. O primeiro trabalho é remover a lama e a areia deixados pelo rio.