“Vivenciar a experiência de estar no Parque Nacional da Serra do Divisor é conhecer um Acre desconhecido”, descrevem os aventureiros que encararam as sete horas de subida a um dos locais de maior biodiversidade da Amazônia.
Para participar da excursão, 13 pessoas partiram de Cruzeiro do Sul, no dia 23 de julho, para uma vivência de cinco dias no parque, que fica em Mâncio Lima, município mais ocidental do país. A expedição foi organizada pelo experiente e premiado fotojornalista acreano Marcos Vicentti, numa imersão que proporcionou a todos um “banho de floresta”.
“Conhecido como shinrin-yoku ou silvoterapia, o banho de floresta é a prática de absorver a atmosfera da selva. A interação, por meio de experiências sensoriais, traz bem-estar e benefício para a saúde de quem tem essa vivência”, descreve Vicentti.
A imersão também propiciou a experiência da prática de banhos medicinais de ervas, o tradicional banho de argila, cantorias e rezas com os povos originários Nukini. O líder espiritual e vice-cacique do Povo Inukuini (Nukini), Txane Pistyani, foi quem desenvolveu o método.
A fisioterapeuta Roneres Costa participou da expedição. “Sou acreana e não conhecia a Serra do Divisor. Vivenciei um resgate da cultura e das raízes históricas do povo do nosso Acre. Me senti tão acolhida e feliz, que meu desejo era ficar lá”, conta.
O pacote de viagem para os cinco dias incluiu o transporte de barco, a hospedagem na Pousada do Miro, três refeições diárias, visitação aos principais pontos turísticos do local, como as cachoeiras do Ar-Condicionado, da Formosa e do Amor, o poço do Buraco Central e também o mirante, no topo da serra.
“O contato com a cultura indígena, a medicina da floresta, foi algo profundo, energizante, restaurador. Voltei para casa com vontade de ter ficado mais. Sempre tive curiosidade em conhecer, me conectar com a natureza e me desconectar da correria da vida urbana”, relata a enfermeira Glívia Torres.
O secretário de Turismo do Acre, Marcelo Messias, ressalta a importância do etnoturismo para o estado, a exemplo principalmente dos festivais Vete Noke Koî e o Atsa Puyanawa.
“Uma vivência que nós levamos à Expoacre 2023, que está acontecendo, é justamente a promoção ao etnoturismo. No espaço da Oca Indígena, por meio de óculos 3D, as pessoas podem vivenciar os festivais indígenas e também os pontos turísticos, como a Serra do Divisor”, frisa.