Por onde passa, a bicicletinha da leitura do Caquetá, em Porto Acre, é um sucesso. O projeto, criado em 2019, com o nome oficial de Bicicleta Itinerante do Caquetá, tem o objetivo de difundir e facilitar o acesso aos livros, sobretudo a crianças de 7 a 11 anos, alunos da rede pública de ensino.
O idealizador do projeto é o professor de Biologia, Renaxon Oliveira. A leitura é libertadora, o livro, o meio para ser livre, lembra.
“O objetivo é tornar o Caquetá uma referência no mundo da leitura, ou seja, transceder os muros da escola chegando diretamente nas famílias.
Por ser uma comunidade rural, onde a ação é praticamente inexistente, o projeto é uma estratégia para promover a leitura e a escrita”, diz o professor.
A professora Maria da Conceição é quem atualmente coordena e executa o projeto. Formada em Sociologia há 20 anos e mestre em Letras, Linguagem e Identidade, a professora Ceica, como também é conhecida, atua na comunidade do Caquetá há oito anos.
A bicicleta da leitura tem um importante aliado. Trata-se de outro projeto também com livros: o Clube de Leitores, que funciona a partir da biblioteca da escola União e Progresso, onde a professora Ceica dá aula.
Ela conta que os dois projetos de difusão da leitura não tem ajuda do poder público. Tudo é conduzido com esforço voluntário.
O triciclo foi adquirido a partir de recursos da Lei Aldir Blanc. O projeto de biblioteca sobre rodas foi inscrito por ela e aceita pelo governo.
Antes, porém, na pandemia, quando as escolas estavam fechadas, ela saia de casa em casa levando livros para os alunos em sua bicicleta de cestinha. O projeto de leitura sobre rodas já havia nascido naquele momento, recorda.
“Na época da pandemia as escolas fecharam e eu levava os livros higienizados e colocava nas cercas das chácaras, das colônias. Eu ia de bicicleta”, lembra.