Rio Branco está entre as 20 piores cidades quando o assunto é Saneamento Básico. A informação é do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, e faz parte da 15ª edição do Ranking do Saneamento.
Além desse dado, a Capital acreana está entre os 8 municípios da região Norte com pior desempenho. Estão no grupo Macapá (AP), Marabá (PA), Porto Velho (RO), Santarém (PA), Belém (PA), Ananindeua (PA) e Manaus (AM).
Ao analisar os dados das 20 piores cidades pelos indicadores dos serviços básicos, quatro municípios possuem níveis de atendimento de água tratada inferiores a 50%: Macapá (AP) com 36,60%, Ananindeua (PA) com 33,79%, Marabá (PA) com 32,89%, e Porto Velho (RO) com 26,05% - todos os municípios são da região Norte. A média do indicador para o grupo foi de 79,59%, enquanto a média nacional foi de 84,2%.
Quanto ao indicador de coleta de esgoto, nenhum município dentre os 20 piores ficou próximo dos 90% de cobertura no serviço, meta prevista em lei para ser alcançada até 2033. Pelo contrário, aquele município que apresentou o menor valor para a coleta total de esgoto foi Marabá (PA) com irrisórios 0,73%. O indicador médio de atendimento para o grupo dos 20 piores é de 29,25% de coleta, valor bastante inferior à média nacional, de 55,8%. Em relação ao tratamento de esgoto, dois municípios não tratam volume algum do esgoto produzido, sendo um deles a capital de Rondônia, Porto Velho. Além disso, outros cinco municípios tratam menos de 10% do esgoto coletado: sendo dois municípios do Rio de Janeiro e outros três do Norte do país: Santarém (PA) com 9,50%, Belém (PA) com 3,63%, e Marabá (PA) com 2,62% - a média do indicador entre os 20 destaques negativos foi de 18,21%, menos da metade da média nacional de 51,2%.
Considerando o volume de perdas de água nos sistemas de distribuição, há municípios com valores preocupantes, como Porto Velho (RO) com 77,21%, e Macapá (AP) com 76,13%, municípios com o indicador superior à média nacional de 40,3%. Caso houvesse a eficiência no controle de perdas, todo esse volume desperdiçado poderia fazer com que, ambos os municípios tivessem o acesso ao abastecimento de água universalizado.
O relatório da 15ª edição do Ranking do Saneamento mostra que, nos últimos dez anos, 31 municípios distintos chegaram a ocupar as 20 piores posições. Desses, 16 estiveram nas últimas colocações em pelo menos oito edições. Observou-se ainda que 12 municípios se mantiveram desde 2014 dentre os últimos colocados, sendo três localizados no Pará. Além disso, Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Santarém (PA) e Macapá (AP) estiveram sempre nas dez últimas colocações dentre as 100 maiores cidades do país em todos esses dez anos. Sendo assim, a região Norte tem grandes desafios para alcançar as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento até 2033, isto é, fornecer o atendimento de água potável para 99% da população e fornecer os serviços de esgotamento sanitário para 90% dos habitantes.