O Poder Judiciário manteve a apresentação musical da cantora Margareth Menezes, mas suspendeu o show da banda Babado Novo, previstos para o próximo final de semana, em Brasiléia, no interior do Acre, durante o maior carnaval fora de época do estado, o Carnavale.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) havia pedido, em juízo, a suspensão dos shows, alegando que a Prefeitura de Brasileia estaria pagando valor acima do normal para as bandas, uma vez que o show de Menezes, por exemplo, está saindo por R$ 250 mil, ante os R$ 70 mil cobrados noutras cidades da região norte.
“No pedido de liminar, a promotora solicitou que os organizadores se abstenham “de efetuar quaisquer pagamentos/transferências financeiras decorrentes do contrato estabelecido para a contratação dos artistas”, e alegou que a contratação da banda Babado Novo não teve nenhuma publicidade, em contrariedade à lei.
Após declarações do médico Fabrício Lemos, alertando sobre um possível surto de Covid-19 em Brasiléia e a proximidade da realização do Carnavale, o procurador do Município, Francisco Valadares Neto, recomendou que a prefeita Fernanda Hassem (PT) adote providências para conter o possível contágio da doença durante a festa.
“Procurei, em razão das contradições, obter os números da covid-19 no Portal de Transparência municipal, não sendo possível extrair dados atuais (as últimas atualizações foram realizadas nos meses de abril e maio de 2021). Em razão das informações desencontradas e com fins de prevenir responsabilidades e preservar a saúde e vida de pessoas, via do OFÍCIO N. 080/2022/PMB/PJM de 30/6/2022, sugeri a prefeita Fernanda Hassem (PT) que adotasse medidas, em sendo realizadas atividades públicas com aglomerações no âmbito municipal”.
Francisco Valadares Neto apontou ainda que não há informações atualizadas sobre a covid-19 no portal de Transparência da Prefeitura de Brasileia. As informações são de abril e maio de 2021, ou seja, mais de um ano que não são atualizadas, o que ajuda a fortalecer o posicionamento de Fabrício Lemos e enfraquecer a defesa feita pela gestão municipal de que não há o surto evidenciado pelo médico.