O Estado do Acre já realizou 21 transplantes de órgãos em 2022, sendo 18 de córnea e três de fígado. A Central Estadual de Transplantes (CET) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), retomou as atividades no primeiro semestre do ano, após o período crítico da pandemia de covid-19, em que os serviços tiveram que ser suspensos.
A coordenadora do CET, Regiane Ferrari, avalia que o período pandêmico propiciou um melhoramento na qualificação dos profissionais que atuam desde a notificação até a captação dos órgãos para transplante. Contudo, dados da CET revelam que, mesmo identificando potenciais doadores (comprovação da morte encefálica), a recusa familiar chega a ser de 80%, tornando-se o principal fator impeditivo na efetiva doação de órgãos.
Além de córneas e rins, o Estado oferece, ainda, o serviço de transplante de fígado. A central, que existe desde 2006, regula todos os serviços inerentes aos transplantes como credenciar, fiscalizar equipes, organizar a logística para as cirurgias e identificar nas unidades de saúde potenciais doadores. Ao todo, desde a implantação da CET, 445 transplantes de órgãos foram realizados no Acre.
Atualmente, cerca de cem pacientes estão na lista de espera de transplantes em todo o estado. De acordo com Regiane, 30% dos pacientes em lista de espera para um fígado morrem esperando o órgão, por exemplo. Com a pandemia, essa fila aumentou, sendo que em todo o Brasil mais de 46 mil pessoas aguardam um transplante.
“Precisamos reforçar a importância da doação de órgãos e tecidos. É um ato de amor ao próximo, de generosidade, em que um simples sim pode melhorar a qualidade de vida e salvar pessoas”, enfatizou a coordenadora.