“Chega um momento em que a fome dói. Aí eu pergunto onde é que existe isolamento social no município de Rio Branco? Qualquer bairro que você for para zona Norte ou Zona Sul, aqui, está aberto os comércios, tudo está aberto e a repressão é só em cima do calçadão?”
Defensor dos ambulantes e camelôs bem antes de compor a Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador José Carlos Juruna disse que é preciso que a prefeita Socorro Neri (PSB) e o governador Gladson Cameli (Progressistas) revejam as regras impostas no decreto que mantém a atividade comercial considerada não essencial fechada. Segundo ele, a categoria ‘está passando fome’, por isso a necessidade da reabertura, levando em consideração o distanciamento social.
“A gente não tem um plano de ação por parte do governo e da Prefeitura de reabertura do comércio. A gente não foi chamado. As pessoas precisam trabalhar. Nem o governo, nem a prefeitura estão auxiliando em nada. Chega um momento em que a fome dói. Chega um momento em que as pessoas não aguentam mais esse tipo de represália por parte do rapa e por parte da Polícia Militar. Essas pessoas não estão recebendo auxílio de nada. É preciso uma posição das autoridades, que vejam isso com carinho para que essas pessoas possam trabalhar”, disse o parlamentar.
Ainda de acordo com Juruna, “desde o começo estamos batendo na tecla que é possível trabalhar com distanciamento social, que é diferente de isolamento. Aí eu pergunto onde é que existe isolamento social no município de Rio Branco? Qualquer bairro que você for para zona Norte ou Zona Sul, aqui, está aberto os comércios, tudo está aberto e a repressão é só em cima do calçadão?”, questionou.
Segundo o parlamentar, a categoria enviou à Prefeitura de Rio Branco e ao governo do Estado uma documento em que diretrizes apontam para a reabertura segura do comércio.
“Prefeita é preciso que a senhora tome uma posição. A senhora acha que o povo está aqui porque acha bonito? Não. É porque a fome chegou. É preciso que haja uma posição por parte do governo e da prefeitura. Fome não espera”, desabafa Juruna ao repudiar a ação dos fiscais e da Polícia Militar, que deixou trabalhadores feridos com a ação deste sábado.