No podcast Conversa Franca desta segunda-feira (10), a convidada foi a fonoaudióloga e professora universitária, Gisele Moraes, que também leciona na escola pública Dom Bosco. Formada há 27 anos na área, Gisele comentou os desafios em educar e orientar crianças com deficiência.
Segundo a fonoaudióloga, não adianta só ser inclusivo se a criança estiver numa estrutura que não é adequada, como uma escola que não tenha salas com recursos multifuncionais, destinadas ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) para crianças que têm síndromes, transtornos, dificuldades ou déficits de aprendizagem. Nesse caso, a inclusão e a integração caminham lado a lado.
O colégio Dom Bosco que já existe há mais de 40 anos é o único colégio na área devidamente preparado para atender jovens e crianças com alguma deficiência.
Segundo a gestora, o Estado carece muito ainda de estrutura para atender todos os jovens e crianças com deficiências, mas já avançou um muito. “Carece muito, porque nós temos aí essa coisa da inclusão. E que as crianças, antigamente elas eram segregadas, era só colocados dentro de uma escola especial e não iam para o ensino regular. Era muito difícil aquela criança, aquele aluno que conseguia chegar ao ensino regular. Hoje não, com a inclusão, nós temos aí alunos com deficiência intelectual, surdo, cego nas escolas regulares, nas escolas, escolas regulares. Mas é um processo ainda longo e difícil”, comentou a fonoaudióloga Gisele Morais.
A falta de profissionais capacitados ainda dificulta essa inclusão. “Nós precisamos de muitos profissionais capacitados, nós precisamos de uma sociedade mais inclusiva que a nossa sociedade, ainda não é tão inclusiva assim. Aí tem as barreiras, tem várias barreiras que a gente tem, que aos poucos vai galgando novos espaços”, disse a docente.
A sociedade ainda é muito preconceituosa. “E eu digo criança só faz bullying, só gera preconceito porque ela traz isso de algum lugar. E infelizmente nós ainda somos muito preconceituosos. A gente olha para o deficiente e não vê as potencialidades que àquele indivíduo tem, as coisas que eles podem fazer, porque nós não temos o conhecimento para mim. Eu falo que é natural, porque eu estou há 27 anos dentro do Dom Bosco, então eu já vi tudo que você possa imaginar de deficiência”, finalizou Gisele Morais.
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