O acreano João Piedrafita é finalista na categoria Inovação para o Século 21, Inclusão Social e Produtiva e Soluções que Inspiram, do Prêmio Empreendedor Social da Folha de São Paulo em parceria com a Fundação Schwab, ao lado do fluminense Rodrigo Belli, amigo e parceiro de ideias.
Juntos, eles comandam a startup Água Camelo, que garante acesso a água tratada a comunidades ribeirinhas da Amazônia, no semiárido e nas periferias por meio de kit com filtro portátil para uso familiar, solução simples e barata que evita doenças de veiculação hídrica.
O Prêmio Empreendedor Social 2023 recebeu 348 inscrições. Entre os projetos selecionados estão lideres de redes que apoiam empreendedoras, mulheres negras, quilombolas e refugiados. Também projetos de impacto em habitação popular e educação foram selecionados entre os finalistas.
O processo de votação vai até o dia 20 de outubro. Para votar no projeto de João Piedrafita e Rodrigo Belli é muito simples. Basta acessar o link: https://giveom.typeform.com/EdL2023?typeform-source=empreendedorsocial2023.folha.com.br e escolher a opção – Água Camelo.
A premiação acontece dia 24 de outubro, no Teatro Porto Seguro, em São Paulo.
“Muito orgulho de estar representando nosso Acre”, diz João Piedrafita
Ao Notícias da Hora, João Piedrafita, não escondeu a alegria de representar o estado em um dos prêmios mais cobiçados do País, que apresenta soluções inovadoras para quem mais precisa. “Muito orgulho de estar representando nosso Acre nessa premiação tão incrível”.
Ele explicou que a sua função dentro da equipe da Água Camelo é “criar e estabelecer conexões vitais entre a Startup, líderes comunitários, associações e sobretudo com as tão diversas comunidades, entre as favelas urbanas, o semiárido e na Floresta Amazônica. Nasci no Acre, e tive o privilégio de por conta do trabalho dos meus pais (meu pai, antropólogo, e minha mãe, trabalha com as populações amazônidas e cadeias produtivas, principalmente com a borracha natural) de ter minha criação marcada entre a cidade e as diferentes comunidades indígenas que habitam a região acreana”. E acrescentou: “Fora isso, já são quase 10 anos trabalhando em projetos com os Povos indígenas, seguindo o caminho dos meus pais, onde não só por conta deles, hoje tenho o orgulho de dizer que tenho abertura para realizar parcerias com grande parte das etnias da Amazônia”.
Com um olhar visionário, João ressalta que, diante do cenário vivenciado por ele em comunidades que não tinham acesso à água tratada, se dedicou a buscar soluções viáveis. “Ao longo dos anos, testemunhei em primeira mão a escassez de água potável e os desafios enfrentados pelas comunidades que vivem em locais remotos e de difícil acesso, onde em muitas das minhas imersões na floresta vivenciei os problemas causados pelas doenças de veiculação hídrica. Essa realidade me impulsionou a dedicar meus estudos em design para desenvolver e encontrar novos sistemas, tecnologias e modelos que possibilitem relações mais justas, colaborativas e sustentáveis para nossa sociedade”.
Ele contou ainda que “a criação de uma extensa rede de conexões tem sido fundamental para o sucesso da nossa missão de levar água potável para mais de 35 milhões de Brasileiros. Hoje já atuamos em mais de 135 comunidades em 14 estados do país. Por meio de relacionamentos construídos com as maiores organizações de atuação comunitária do país, estabelecemos parcerias sólidas com líderes comunitários, organizações locais e ganhamos a confiança para atuarmos em parceria na luta pelo direito básico ao acesso à água de qualidade para essas comunidades em situação de vulnerabilidade social”.
Piedrafita completou: “essas conexões que busco construir para Camelo, nos permitem entender as necessidades específicas de cada comunidade e desenvolver soluções personalizadas para atender a essas demandas. Não se trata apenas de entregar água potável, mas de garantir que as soluções sejam sustentáveis, ecologicamente corretas e adaptadas à cultura e ao ambiente local. Através dessa abordagem holística, estamos trazendo mudanças significativas para as vidas das pessoas. Observar a alegria e o alívio no rosto das pessoas quando têm acesso a água potável pela primeira vez é algo que nunca deixará de me emocionar e é o que me motiva a trabalhar incansavelmente contra essa guerra”.