Além da pandemia do novo coronavírus e as dificuldades impostas, a Direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos adota uma política de pressão sobre os funcionários para impor uma perda de diversos direitos históricos da classe. Isso porque a instituição propõe um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com redução de 70 cláusulas do ACT em vigência. Com isso, o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC) acena para uma nova greve no estado.
Desde o fim de 2019, a classe busca a manutenção do atual acordo, que possui 79 cláusulas com diferentes benefícios, inicialmente válido por dois anos. Entretanto os Correios ingressaram na Justiça para forçar a instituição de um novo ACT com a extinção de 70 direitos conquistados ao longo dos anos. A questão está paralisada no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a vigência de dois anos através de uma liminar.
Suzy Cristiny, presidente do Sintect-AC, comenta que o posicionamento da Direção da empresa pretende impor uma precarização geral sobre os trabalhadores em todo país. Para ela, que já organiza uma maneira de realizar uma Assembleia Geral, apesar da dificuldade imposta pela pandemia para deliberar sobre a posição dos trabalhadores, mas esta iniciativa da empresa mostra que os gestores estão alinhados com a política do atual governo de retirada de direitos históricos, além de abrir maior precedentes para a privatização.
“De forma ilegal, a empresa está forçando os trabalhadores a realizarem um novo acordo coletivo. Como se não bastasse a falta de assistência para proteger a saúde dos funcionários, que estão na linha de frente durante a pandemia, a estatal, agora, desconsidera milhares de mortes, o alto índice de transmissão do novo coronavírus e a situação de milhões de pessoas, principalmente os próprios funcionários. Não aceitaremos essa ilegalidade”, reforça a presidente.
Suzy reforça ainda que todas as normas trabalhistas possuem vigência até 2021 e correm o risco de serem suspensas pelos Correios a partir de 1º de agosto. “Travamos mais essa batalha para que a nossa classe não passe por uma desvalorização ainda maior. Tudo isso é estratégia para que a empresa seja privatizada, um plano forte e que ganhou ainda mais corpo neste governo. A paralisação é uma realidade muito próxima”.