Quase mil óbitos foram registrados nesta quinta-feira; recorde anterior era de 27 de março, quando 919 pessoas faleceram
MILÃO — A Itália aprovou novas restrições nesta quinta-feira para evitar um aumento de novas infecções pelo coronavírus no Natal e no Ano Novo, proibindo a Missa do Galo, à meia-noite do dia 24, e interrompendo o movimento entre as cidades, após o país registrar o maior número de mortes em um só dia na pandemia.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou que, de 21 de dezembro a 6 de janeiro, o movimento entre as 20 regiões da Itália só será permitido por motivos de trabalho, médicos ou emergências. Com isso, os italianos não poderão deixar as suas cidades durantes as festas de fim de ano.
Em uma entrevista coletiva à noite na televisão, Conte disse que as restrições atuais, escalonadas em todo o país de acordo com as taxas de infecção locais, estavam produzindo bons resultados, mas que as férias de Natal ameaçavam causar um novo aumento nos casos.
— É claro que este será um Natal diferente dos outros, mas não será menos autêntico — disse ele, instando as pessoas a não convidarem pessoas que não sejam parentes para suas casas durante as festividades.
Na Itália, a primeira nação ocidental a ser atingida pelo vírus, mais de 58.000 pessoas morreram desde fevereiro, o segundo maior número de vítimas na Europa depois da Grã-Bretanha. O país registrou no total 1,665 milhão de casos.
A Itália registrou, nesta quinta-feira, 993 mortes pelo novo coronavírus num período de 24h. Esse é o maior balanço diário de óbitos no país desde o início da pandemia, ultrapassando o recorde anterior, registrado em 27 de março, quando 919 morreram em decorrência da doença, segundo a universidade Johns Hopkins.
Paralelamente, o país também teve mais 23 mil novos casos — um aumento de 2.500 infecções em comparação ao dia anterior.
O número de pessoas hospitalizadas com Covid-19 foi de 31.772 na quinta-feira — sendo 682 menos do que no dia anterior. Já a quantidade de pacientes sob cuidados intensivos diminuiu em 19 e agora está em 3.597.
Quando a segunda onda da pandemia na Itália estava se acelerando rapidamente na primeira quinzena de novembro, as internações hospitalares estavam aumentando em cerca de 1.000 por dia, enquanto a ocupação da terapia intensiva crescia em média de 100 por dia.