Famosa não só no Brasil, mas em outros países também, a farinha de Cruzeiro do Sul ganhou uma nova embalagem, com Indicação Geográfica. Embalada em sacos de ráfia, o conhecido saco de fibra, o produto ganhou o nome “Cruzeiro do Sul”. A marca foi apresentada durante a Expoacre deste ano.
“Essa forma de comercializar a farinha é adotada há anos na regional Juruá. A ideia é valorizar o modo de fazer, inclusive na forma de embalar, e acrescentar o selo de indicação de procedência para que o consumidor tenha certeza que está comprando a farinha produzida pelas agricultoras e agricultores do Juruá”, diz Murielly Nóbrega, analista do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa, Sebrae-AC.
Resultado do costume tradicional, passado de geração em geração pelos agricultores familiares, a farinha de Cruzeiro do Sul obteve a indicação geográfica em 2017, sendo a primeira no Brasil a receber este selo que identifica sua origem e qualidade. A Embrapa, junto com o Sebrae e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apoiaram o processo de obtenção e manutenção da Indicação Geográfica, que é fruto do protagonismo de agricultores familiares e de esforços de instituições de pesquisa e fomento à produção.
“Conseguimos comprovar que o modo de fabricação é o principal fator responsável pela qualidade da farinha de mandioca produzida no Juruá. Por isso ela ganhou essa indicação geográfica de procedência, como reconhecimento do saber fazer dos produtores rurais. É esse fazer diferenciado que confere qualidade e fama ao produto e a preferência da população”, ressalta a pesquisadora da Embrapa Acre Virgínia Álvares.