O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) flagrou diversas irregularidades durante fiscalização no Pronto Socorro de Rio Branco, nesta quinta-feira (31). Entre elas, pacientes nos corredores da unidade, falta de insumos básicos, equipamentos, remédios e até médicos.
A fiscalização foi feita pelo conselheiro Marcus Yomura, acompanhado de representantes da administração do hospital. Um dos setores vistoriados foi o de saúde mental, onde os leitos foram reduzidos de 19 para 11, sendo seis homens e cinco mulheres.
Os homens internados na ala de saúde mental não possuem banheiro privativo e utilizam o banheiro destinado a toda comunidade. Também foi possível observar que o banheiro usado apresenta péssima condição de higiene, sem cortina ou box para tomar banho e os leitos estão com climatização deficiente.
Outro local fiscalizado foi a observação clínica, onde estavam internados mais de 70 pacientes e muitos no corredor. Segundo o conselheiro, outra problemática encontrada foi o excesso de estudantes em estágio na unidade.
“É preocupante o número de acadêmicos dos cursos de enfermagem, fisioterapia e medicina no PS. A administração não tem o controle do número de estudantes que lá estagiam. E isso também se reflete em gastos maiores com luvas, máscaras e outros insumos”, afirmou o conselheiro.
No centro cirúrgico da unidade foi descoberto que existe somente um anestesista de plantão. Além disso, as paredes do setor de esterilização estão cheias de rachaduras, os carrinhos de anestesia estão com problemas e o setor está sem fixador externo para cirurgias ortopédicas. A fiscalização também flagrou ausência de alguns medicamentos como Cefalotina, Cefazolina, Carbolitium e Losartana, fazendo com que os pacientes tenham que comprar para fazer o tratamento.
“Na ortopedia falta atadura gessada com frequência e não tem plantonistas médicos nas enfermarias. O carrinho de parada na enfermaria clínica estava sem medicação de urgência e emergência e sem desfibrilador. A equipe de enfermagem está se queixando da falta de luvas de procedimento, de máscaras e fralda adulto. Outro flagrante é que o expurgo da enfermaria clínica - lixo comum e contaminado - está junto com materiais limpos”, concluiu o conselheiro.