O ressurgimento do sorotipo 3 (DENV-3) da dengue no Brasil, após mais de 15 anos sem incidência relevante, tem gerado preocupações entre especialistas, que alertam para o risco de surtos mais graves da doença. O alerta foi feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) em um artigo publicado no Journal of Clinical Virology. Segundo os especialistas, a volta do DENV-3 pode agravar os surtos atuais, uma vez que a população brasileira não possui imunidade contra essa linhagem, que, somada à circulação dos sorotipos 1 e 2 (DENV-1 e DENV-2), pode resultar em formas mais severas da doença.
O DENV-3, um dos quatro sorotipos da dengue, possui características genéticas que o tornam capaz de causar surtos mais intensos e, em alguns casos, mais graves. Segundo infectologistas, apesar de todos os sorotipos causarem sintomas semelhantes, o sorotipo 3 tem maior potencial para complicar os quadros da doença, especialmente em pessoas que já foram infectadas pelos sorotipos 1 ou 2. Isso ocorre porque a resposta imunológica do organismo pode ser mais exacerbada, aumentando o risco de formas graves de dengue, como a hemorrágica.
A circulação do DENV-3 é particularmente preocupante devido à ausência de imunidade da população contra esse tipo específico. Pacientes que já tiveram dengue por outros sorotipos podem enfrentar formas mais graves, sobrecarregando os serviços de saúde e levando a mais internações e, em casos extremos, a óbitos.
Especialistas alertam para os sinais de agravamento da dengue, que incluem dor abdominal intensa, vômitos incessantes, tontura, sangramentos e confusão mental. Quando esses sintomas aparecem, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente para evitar complicações.