Depois de dois anos de luta, cerca de 150 famílias sem teto, acampados em uma área nas proximidades do bairro Defesa Civil, podem garantir as suas posses. Os ocupantes receberam o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), bem como do Cozinha Solidária, entidade recém-criada no estado e que tem como propósito ajudar a combater a fome em períodos de crise sanitária, social, econômica e política.
Na manhã desta sexta-feira (27), depois de terem sido ameaçados por homens armados, um grupo procurou os dirigentes do MSTM, que veio ao local, acompanhados por um advogado, a imprensa e policiais militares. “Todos nós aqui moramos de aluguel ou em casa de parentes”, assegurou a desempregada Elissandra Liberato Machado, de 32 anos, que estava com um bebê no colo. “Disseram que iam derrubar os nossas casas”, denunciou Vanderley de Souza Leão”, um dos líderes ocupação.
De acordo com o representante estadual do MSTM, Waldir França, a área reivindicada é dividida em duas partes: a maior pertence ao governo estadual e a outra a um particular que, segundo os moradores, raramente aparece no local. “Tivemos uma reunião com o suposto proprietário, o senhor Odair Carrara, que, ao invés de apresentar documentos, apenas demostrou hostilidades, o que não nos intimida”, ressalta o dirigente.
Quando à parte pertencente ao Estado, França disse que já protocolou uma reunião com o governador. “Não existem políticas públicas habitacionais no Acre. Cerca de 30% da nossa população não tem casa própria. “Viemos com advogados, jornalistas e a polícia para dizer que aqui não tem desordeiros, mas apenas pais e mães de família”, afirmou Waldir França, assegurando o movimento vai se estender a todos os municípios acreanos.