A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Nasa uniram forças para fazer a defesa planetária e fecharam um contrato de 129,4 milhões de euros para a colaboração na missão Hera, que tem como objetivo estudar maneiras de desviar asteroides potencialmente destrutivos em rota para a Terra.
Estimada para começar em 2024, a missão contará com apoio de sete países europeus - a Itália participará através da Agência Espacial Italiana (ASI) -, além dos Estados Unidos. A ideia da missão surgiu com o matemático e astrônomo Andrea Milani, considerado um dos maiores especialistas internacionais em asteroides e que faleceu em 2018.
"Isso é extremamente significativo porque é a coroação da ideia de Andre Milani, proposta há muitos anos", destaca o diretor de Tecnologia, Engenharia e Qualidade da ESA e responsável pelo Centro de Ciência e Tecnologia, Franco Ongaro, à ANSA.
Além do italiano, participou da assinatura do acordo nesta terça-feira (15) o alemão Marco Fuchs, CEO da empresa OHB.
"Sobre a ideia de Milani, a Nasa organizou uma missão e nos pediu para participar. É uma missão fundamental porque estamos aumentando a capacidade de descobrir e ver novos asteroides, e é a primeira vez, na realidade, que se tentará desviar a trajetória de um asteroide. Queremos ver se conseguimos e, se no futuro, conseguiremos fazer isso", acrescentou Ongaro.
O ponto de partida dessa ação de defesa planetária, que parece um filme de ficção científica, é uma meta bem definida que permitirá obter todas as medidas necessárias - usando o sistema binário Didimo - do asteroide de dimensões de uma montanha que é acompanhado de uma pequena lua.
A missão Hera é a contribuição europeia para a missão norte-americana Aida - um acrônimo para Asteroid Impact & Deflection Assessment (avaliação do impacto e da deflexão de asteroide, em tradução livre).
A atividade está prevista para ocorrer ainda em 2021, apesar do atraso provocado pela pandemia do novo coronavírus, e tem o foco de desviar a trajetória do asteroide. Já os europeus vão recolher os dados e as medidas relativas ao impacto.
"Prevemos lançar a missão em 2024 para chegar na órbita do asteroide em 2026 para revelar medidas que, até agora, só fizemos a partir da Terra. São dados que farão diferença, pois a precisão é fundamental. A nossa será também uma grande demonstração tecnológica", finalizou Ongaro. (ANSA).