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Empatia e inclusão: A lição de Luiz Miguel e Ana Lívia sobre o Autismo nas escolas

Empatia e inclusão: A lição de Luiz Miguel e Ana Lívia sobre o Autismo nas escolas

No episódio mais recente do podcast “Conversa Franca”, apresentado por Willamis França, os irmãos Luiz Miguel, de 8 anos, e Ana Lívia, de 11, compartilharam experiências que lançam luz sobre a realidade de crianças autistas nas escolas brasileiras.

Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 e altas habilidades aos 7 anos, Luiz Miguel descreve o autismo de forma simples e tocante:

“Eu imagino que seja uma pessoa normal, só que especial, com um pouco de dificuldade em fazer algumas coisas.”

Essa perspectiva evidencia a chamada “dupla excepcionalidade”, onde indivíduos apresentam tanto desafios relacionados ao autismo quanto talentos notáveis em áreas específicas, como leitura precoce ou habilidades matemáticas.

Ana Lívia relatou situações de exclusão e preconceito vivenciadas por colegas autistas em sua escola. Ela observou que, frequentemente, esses alunos são deixados de lado durante brincadeiras ou na formação de grupos de trabalho, sendo os últimos a serem escolhidos ou até mesmo rejeitados pelos colegas.

Infelizmente, essas experiências não são isoladas. Estudos indicam que cerca de 55,1% das crianças autistas já sofreram preconceito no ambiente escolar. Além disso, a falta de conhecimento sobre o autismo contribui significativamente para a perpetuação de estigmas e exclusões.

Autismo e preconceito: uma realidade ainda presente
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada 100 crianças no mundo esteja dentro do espectro autista. No Brasil, dados do IBGE ainda são limitados, mas segundo o Ministério da Saúde, os diagnósticos vêm aumentando à medida que a conscientização cresce. O autismo não é uma doença, e sim uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social em diferentes graus. Pessoas com TEA são únicas e, com o devido acolhimento, podem se desenvolver plenamente, especialmente quando diagnosticadas precocemente.
Contudo, como evidenciado nas falas de Ana Livia, ainda há uma grande barreira social a ser superada. O preconceito contra pessoas com autismo pode se manifestar de maneira sutil, como a exclusão em brincadeiras, a recusa em formar grupos ou mesmo olhares e atitudes que reforçam o isolamento dessas crianças.

O papel da empatia e da inclusão

A atitude de Ana Lívia, ao acolher e incluir colegas autistas, demonstra como a empatia pode transformar o ambiente escolar. A inclusão de crianças autistas em escolas regulares não beneficia apenas os alunos com TEA, mas enriquece toda a comunidade escolar, promovendo valores como respeito, cooperação e diversidade.

A entrevista no Conversa Franca não foi apenas um momento de emoção. Foi uma aula — oferecida por duas crianças — sobre como o amor, o cuidado e a empatia podem transformar o mundo.

Ao final do podcast, uma certeza ficou clara: se a sociedade ouvisse mais as crianças como Luiz Miguel e Ana Livia, viveríamos em um mundo com muito menos preconceito e muito mais humanidade.

Assista este super bate papo através do link https://www.youtube.com/live/o83X-ApAnZY?si=ERDpKHZv0SvrzRbZ