Univaja afirma que já havia denunciado às autoridades a ação de pescadores ilegais e narcotraficantes e que nenhuma providência foi tomada
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) disse em nota que o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira foi um crime político. “Ambos eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas”, disse a entidade, da qual Bruno participava.
A organização também cobrou a continuidade das investigações e ressaltou que já havia feito denúncias às autoridades sobre a existência de uma quadrilha de pescadores e caçadores profissionais que atuava na região. Uma das hipóteses é que as vítimas tenham sido mortas após registrarem os irmãos Amarildo de Oliveira e Oseney de Oliveira, presos pelo crime, praticando pesca irregular.
“Enviamos uma série de ofícios com informações qualificadas ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio (Funai). Nesses ofícios, indicamos a composição de uma quadrilha de pescadores e caçadores profissionais, vinculados a narcotraficantes, que ingressam ilegalmente em nosso território para extrair nossos recursos e vendê-los nos municípios vizinhos. Fornecemos informações através de nossas denúncias às autoridades competentes. Mas as providências não foram tomadas com a devida rapidez”, diz a Univaja.