Um novo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a entrada de medicamentos genéricos no mercado tem um impacto significativo na redução dos preços. Os resultados apontam que, quanto maior o número de opções de um medicamento, maior é a queda de preço, que pode ultrapassar 50% em alguns casos. A pesquisa destaca que os genéricos, que possuem a mesma substância ativa e propriedades farmacológicas do medicamento de referência, ajudam a tornar os tratamentos mais acessíveis para a população.
O estudo foi divulgado na segunda-feira, 10, data que marca os 26 anos da Lei Federal 9787/1999, que estabeleceu a regulamentação para a produção e comercialização de medicamentos genéricos no Brasil. De acordo com a legislação, os genéricos podem ser produzidos após a quebra da patente do medicamento de referência, normalmente ocorrendo 20 anos após o lançamento do produto, ou antes em alguns casos específicos.
Os dados do Ipea mostram que, com a entrada do primeiro genérico no mercado, o preço médio dos medicamentos diminui cerca de 34%, enquanto o preço mínimo dos produtos pode cair em 20,8%. O levantamento também revela que, à medida que mais genéricos entram no mercado, o impacto na redução de preços se amplia, com uma queda de até 55,2% no preço médio dos medicamentos.
Além disso, a análise indica que, quando o genérico entra no mercado logo após a perda de patente do medicamento de referência, a queda nos preços é maior. No entanto, eventuais atrasos no lançamento de genéricos podem ter um efeito negativo na redução dos preços, indicando a importância de uma concorrência mais rápida para maximizar os benefícios econômicos.
Os genéricos têm se tornado cada vez mais populares no Brasil. De acordo com a pesquisa, esses produtos representam atualmente 34% do valor total das vendas de medicamentos no país. Entre 2003 e 2019, a comercialização de genéricos teve um aumento anual de 18,3%, três vezes maior do que o observado para outros tipos de medicamentos.